Desemprego cai, mas Bahia ainda tem 5,187 milhões de pessoas sem trabalho

14 de novembro de 2018

 

No 3º trimestre de 2018, a taxa de desocupação na Bahia ficou em 16,2%, ligeiramente abaixo da verificada no 2º trimestre de 2017 (16,5%) e também um pouco menor que a taxa do 3º trimestre de 2017 (16,7%). Em ambas as comparações, porém, as reduções na taxa não são estatisticamente significativas.

Com o resultado do 3º trimestre (16,2%), a Bahia se manteve com a 5ª maior taxa de desocupação entre os estados brasileiros e bem acima da média do país (11,9%). Amapá (18,3%), Sergipe (17,5%) e Alagoas (17,1%) lideram, com as maiores taxas de desocupação, enquanto Santa Catarina (6,2%), Mato Grosso (6,7%) e Mato Grosso do Sul (7,2%) têm as mais baixas.

No município de Salvador, a taxa de desocupação ficou em 16,1% no 3º trimestre deste ano, caindo em relação ao 2º trimestre (quando havia sido de 17,2%), mas ainda ficando acima da verificada no 3º trimestre de 2017 (14,4%). O resultado fez Salvador passar a ter a 5ª maior taxa de desocupação entre as capitais – no 2º trimestre do ano, havia ficado em 3º lugar.

Na Bahia, o leve recuo da taxa de desocupação foi resultado, principalmente, do aumento da população ocupada, ou seja, que estava trabalhando. No 3º trimestre, 6,094 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade trabalhavam no estado, maior número para um 3º trimestre desde 2015, representando 185 mil pessoas ocupadas a mais que no 2º trimestre e 119 mil a mais que no 3º trimestre de 2017.

Por outro lado, no estado, houve também uma discreta variação positiva no número de pessoas desocupadas, ou seja, que não estavam trabalhando e procuraram trabalho no período. Esse grupo passou de 1,168 milhão de pessoas no 2º trimestre para 1,175 milhão no 3º (+ 7 mil desocupados). Em relação ao 3º trimestre de 2017, porém, a desocupação mostra pequena redução na Bahia (-22 mil pessoas procurando trabalho).

Além de uma taxa de desocupação menor, a Bahia também teve um pequeno aumento no percentual de pessoas de 14 anos ou mais de idade trabalhando (chamado de nível da ocupação), de 47,8% no 2º trimestre para 48,9% no 3º trimestre.

Já o número de pessoas fora da força de trabalho (que não estavam trabalhando nem procurando trabalho) caiu no estado, de 5,280 milhões no 2º trimestre para 5,187 milhões no 3º (-93 mil pessoas nessa situação). Esse grupo, porém, ainda é um pouco maior do que no 3º trimestre de 2017 (quando havia 5,163 milhões de pessoas fora da força de trabalho na Bahia).

A população desalentada também caiu no estado, do 2º trimestre (877 mil pessoas) para o 3º trimestre (794 mil pessoas), embora continue como a maior do país – posto que a Bahia ocupa desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012.

No Brasil como um todo, 4,776 milhões de pessoas estavam desalentadas no 3º trimestre  de 2018 e também houve redução desse grupo em relação ao 2º trimestre (quando 4,833 milhões de pessoas se enquadravam nessa situação).

A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho, ou seja, não trabalha nem está procurando trabalho, por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho; não tinha experiência; era muito jovem ou idosa; ou não encontrou trabalho na localidade. Mas, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Em Salvador, no 3º trimestre, o número de pessoas trabalhando (1,468 milhão) aumentou um pouco (+ 17 mil pessoas) em relação ao 2º trimestre (1,451 milhão), e o contingente de pessoas desocupadas (282 mil) teve uma redução (-19 mil pessoas).

Entretanto, o grupo que mais cresceu na capita, nessa comparação,l foi o das pessoas fora da força de trabalho (que não trabalhavam nem procuravam trabalho), que passou de 751 mil no 2º trimestre para 771 mil no 3º trimestre (+20 mil pessoas).

Frente ao 3º trimestre de 2017, em Salvador, o quadro ainda é de aumento da desocupação (de 251 mil para 282 mil pessoas desocupadas) e de redução da população trabalhando (1,489 milhão para 1,468 milhão de pessoas ocupadas).

Os ocupados na Região Metropolitana de Salvador somaram 1,9126 milhão no 3º trimestre do ano, +61 mil pessoas em relação ao 2º trimestre (quando eram 1,865 milhão) e +62 mil frente ao 3º tri/17 (1,864 milhão de ocupados). Já os desocupados (427 mil pessoas) eram 48 mil a menos que no 2º trimestre e 11 mil a mais que no 3º tri/17.

Cai empregos de carteira assinada
No 3º trimestre, na Bahia, os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada (exceto empregados domésticos) somavam 1,521 milhão de pessoas. Esse número teve uma discreta queda em relação ao 2º trimestre (quando havia sido de 1,525 milhão) e atingiu um novo recorde negativo no estado, ficando no seu menor patamar desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012.

Também há uma pequena redução na posse da carteira (-29 mil pessoas) em relação ao 3º trimestre de 2017, quando ela chegava a 1,550 milhão de trabalhadores. Em ambas as comparações, as variações, embora sinalizem uma trajetória de recuo, não são estatisticamente significativas.

Por outro lado, o número de empregados sem carteira assinada na Bahia chegou 1,124 milhão no 3º trimestre, com o terceiro maior crescimento percentual do país tanto frente ao 2º trimestre de 2018 (+13,0%) quanto na comparação com o 3º trimestre de 2018 (+10,0%).

O contingente de empregados sem carteira no estado (1,124 milhão) é o segundo maior da série da PNAD Contínua, menor apenas do que o verificado no 3º trimestre de 2012 (1,157 milhão).

Não houve variações estatisticamente significativas no contingente de trabalhadores por conta própria, no estado. Eles somavam 1,792 milhão no 3º trimestre deste ano, mesmo número do 2º trimestre e 7 mil pessoas a mais que no 3º trimestre de 2017 (quando eram 1,785 milhão).

Na passagem do 2º para o 3º trimestre de 2018, houve aumento do número de pessoas trabalhando em 8 dos 12 agrupamentos de atividade investigados na Bahia. Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (+64 mil pessoas) e Alojamento e Alimentação (+45 mil pessoas) e tiveram os maiores saldos positivos.

O quadro é semelhante quando se comparam os terceiros trimestres de 2018 e 2017, com um destaque positivo adicional para o aumento da ocupação nas atividades ligadas à agropecuária, que, nesse confronto, têm saldo positivo de 34 mil pessoas trabalhando.

Por outro lado, a Indústria Geral (-37 mil pessoas) e a Indústria de Transformação (-33 mil pessoas) apresentaram as maiores perdas de postos de trabalho, do 2º para o 3º trimestre de 2018.

Em relação ao 3º tri/17, os saldos mais negativos foram os de Transporte, armazenagem e correio (-24 mil pessoas ocupadas) e Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-21 mil ocupados).

Fonte: Correio*