10 práticas para melhorar a sua vida financeira

30 de janeiro de 2019

O que vale mais a pena: comprar um imóvel ou investir o dinheiro e pagar aluguel? Como usar o 13o salário com sabedoria? Como a taxa Selic afeta seus investimentos e financiamentos? O que essas questões têm a ver com equilíbrio financeiro?

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Você não precisa ser um especialista em educação financeira para viver em paz com suas finanças. Nós podemos ajudar! A seguir, confira 10 perguntas sobre finanças que te ajudarão em seu caminho por independência financeira:

O que é equilíbrio financeiro?
É ter uma vida financeira saudável, ou seja, respeitar seus limites financeiros, gastando apenas aquilo que seu orçamento permite, além fazer uma reserva que te proteja de imprevistos e te prepare para o momento da aposentadoria. Como resultado, é conseguir estabelecer – e cumprir – suas metas de longo prazo.

Vale mais a pena abater a dívida de um apartamento financiado com uma taxa de juros de 8,9% ao ano ou fazer um investimento e utilizar os rendimentos para pagar as parcelas do financiamento?[

“É necessário comparar o Custo Efetivo Total (CET) do seu financiamento com o rendimento da sua aplicação”, orienta Marcela Kawauti, economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O CET inclui, além dos juros pagos, os gastos acessórios, como taxas administrativas e seguros.

Para valer a pena manter o dinheiro investido enquanto você paga o financiamento, o retorno da aplicação tem que ser maior do que o custo do financiamento. No momento econômico atual, com a Selic a 6,5% ao ano, é bastante difícil encontrar um investimento de baixo risco e curto/médio prazo com rendimento líquido (descontados os impostos) superior a 8,9%, que permita cobrir os juros cobrados no financiamento. Nesse caso, o melhor seria se livrar da dívida.

“A única exceção que deve ser feita é a constituição da reserva para imprevistos: o consumidor deve garantir que tenha uma aplicação com este fim antes de direcionar todos os seus recursos para quitar o financiamento”, diz.

Comprar um apartamento ou morar em um imóvel alugado?
Se você já tiver o dinheiro para quitar o imóvel à vista, a compra provavelmente valerá a pena. Caso não tenha, é preciso calcular a diferença entre o quanto você pagaria por mês de parcela do financiamento e o valor do aluguel – e comparar quanto terá pago ao fim do financiamento, com o quanto teria ao final do período caso tivesse investido todos os meses essa diferença.

“Vale dizer que, no caso do imóvel, a escolha não deve levar em conta apenas o aspecto financeiro. O consumidor tem que considerar por quanto tempo pretende morar naquela região, se o tamanho da casa vai atender seus planos de família futura, entre outros aspectos”, avisa a economista.

Comprar um carro ou usar os aplicativos para transporte urbano?
No caso do carro próprio, é preciso considerar a distância percorrida diariamente, custos com estacionamento, seguro, depreciação e multas. Estime também o número e custo médio de corridas, caso utilizasse apenas transportes particulares.

“No geral, dá para dizer que, para quem percorre distâncias muito longas todos os dias, compensa manter um automóvel. Caso contrário, melhor ficar com os aplicativos”, explica.

Como usar o 13o salário corretamente?
O primeiro passo é entender a sua vida financeira atual. Caso você tenha contas em atraso, o 13o pode ser uma boa oportunidade de quitar as pendências ou, ao menos, parte delas.

Por outro lado, se está com as contas em dia, a oportunidade pode ser ótima para iniciar uma reserva financeira ou incrementar alguma poupança que já tenha. Mesmo que não utilize todo o décimo terceiro para este fim, vale direcionar, ao menos, uma parte da quantia para os investimentos.

“Agora, tanto para quem tem dívidas atrasadas quanto para quem não tem, é fundamental se organizar, preparando-se para o mês de janeiro, que costuma ser repleto de despesas, como os impostos do carro, da casa, gastos escolares, férias da família. O 13o pode fazer toda a diferença com essas despesas”, diz Marcela.

Uma reserva emergencial precisa ser composta por quantos salários?
As reservas emergenciais são fundamentais para a manutenção do equilíbrio financeiro. Ninguém tem como prever quando ficará desempregado ou quando um imprevisto pode demandar um gasto que não estava nos planos, mas todo mundo pode guardar mensalmente uma quantia para compor esse fundo. Lembre-se: não importa o quanto você ganha, mas o quanto você gasta!

Mas quanto guardar? “Uma forma de estimar essa quantia é: pesquise o tempo médio da sua recolocação profissional. Ou seja, caso você perdesse o emprego hoje, quanto tempo levaria para se recolocar? O número de meses é a quantidade de salários que você deve ter guardado para emergências”, explica.

De que maneira as oscilações da taxa Selic te afetam?
A taxa Selic é uma ferramenta utilizada pelo Banco Central para o controle da inflação. A ideia, de forma simplificada, é que com uma Selic elevada, o consumo e o crédito acabam encarecendo, o que leva a uma queda da demanda e uma consequente queda dos preços.

Para o consumidor, a Selic afeta principalmente a remuneração dos investimentos, em especial os títulos públicos, a poupança e os títulos de renda fixa. Uma Selic elevada, normalmente, significa uma maior remuneração desses títulos. Além disso, a oferta de crédito também está relacionada a oscilações da taxa, de forma que uma Selic mais baixa maior disposição das instituições financeiras em conceder crédito.

Com a taxa Selic mais baixa, é possível renegociar um financiamento para tentar reduzir as taxas de juros?
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia e, em teoria, se ela cai a tendência é que as demais taxas também caiam. Mas isso não significa que os juros do seu financiamento também serão reduzidos. “A taxa de juros de um financiamento inclui também os riscos do empréstimo, impostos e o lucro da instituição, portanto, a relação entre taxa Selic e juros do seu financiamento não é tão direta assim.”, explica Marcela.

Como escolher uma corretora de valores para fazer investimentos?
Muitos investimentos requerem abertura de conta em corretora de valores. É o caso do Tesouro Direto e de outros títulos de renda fixa, como CDB, LCI ou LCA. Para escolher a melhor corretora para suas necessidades, é indispensável que você confie na instituição. “Pesquise sobre ela e sempre veja se possui registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, compare as taxas de administração entre elas”, diz Marcela.

Quanto preciso ter para começar a investir?
Muitas pessoas acreditam que não podem investir porque não possuem grandes quantias para dar o primeiro passo. Isso é um mito.

Atualmente, existem modalidades de investimento muito acessíveis. No Tesouro Direto, por exemplo, é possível iniciar um investimento com R$ 30. Mais do que grandes reservas de dinheiro, é preciso informação e conhecimento básico para começar a investir.

Fonte: Meu Bolso Feliz