Educação financeira para crianças é importante. Mas alguns ensinamentos financeiros vão além disso. Confira:
Investir em educação financeira para crianças desde cedo é a melhor coisa que você pode fazer pelo seu filho! Assim, você garantirá que ele seja um adulto consciente, que respeita o meio ambiente e as pessoas ao redor. Mas lembre-se: acima de tudo, as crianças aprendem com o exemplo, portanto, o que você ensinar, precisará praticar também.
Confira, a seguir, ensinamentos que vão além da educação financeira e levarão verdadeiras lições de vida aos pequenos:
1. Tudo tem o seu valor
É preciso praticar o sentimento de gratidão, dando valor para as pequenas coisas que temos, como uma cama quentinha para dormir, um prato com comida gostosa e brinquedos. É fundamental que as crianças entendam que muitas pessoas não têm isso e que, portanto, é preciso cuidar do que possuem com carinho e zelo.
É claro que precisamos de dinheiro para viver, seja para as necessidades básicas, como moradia, vestuário e alimentação, ou mesmo para despesas mais supérfluas, como uma viagem.
“O que as crianças precisam saber é que uma vida financeira abundante não é garantia de felicidade, mas o equilíbrio financeiro, sim”, diz José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil.
2. Nada vem de graça
Muitas vezes, o que vemos nas redes sociais nos passa a impressão que é muito fácil ter as coisas da vida, mas sabemos que nada vem de graça. Toda conquista tem muito trabalho, perseverança e suor por trás.
Para que as crianças entendam esse conceito, sempre que você comprar alguma coisa nova, lembre-as que isso só pode ser feito porque você sai todos os dias para trabalhar. “Também vale dar contas de pequenos valores para as crianças maiores pagarem com a própria mesada, como a conta do Netflix”, aconselha Marcela Kawauti, a economista-chefe do SPC Brasil.
3. O esforço sempre traz resultados
Todos encontramos obstáculos para alcançar nossos objetivos. O importante é não desistir dos seus sonhos, não importa quantas vezes você tenha que tentar. Afinal, os erros e barreiras servem para nos fortalecer. Com eles, temos a chance de melhorar nossa percepção de como chegar lá.
Quando nos esforçamos, com dedicação e disciplina, sempre somos recompensados. Então, caso seu filho queira um brinquedo novo, incentive-o a alcançar essa meta financeira, separando uma parte da mesada para essa finalidade.
4. Não importa o quanto ele ganha de mesada e, sim, o quanto ele gasta
Essa é uma regra de ouro da educação financeira para crianças – e também para adultos. Uma pessoa pode ganhar R$ 100 mil mensais, mas se ela gasta R$ 110 mil por mês, no fim do ano terá uma dívida de R$ 120 mil, fora os juros. Já quem tem um salário de R$ 3 mil e gasta R$ 2 mil por mês, terá poupado R$ 12 mil ao longo de um ano.
Ou seja, não importa o quanto você ganha, mas o quanto você gasta. As crianças precisam entender que o principal é como elas gastam o dinheiro que recebem da mesada e não o valor da mesada em si. “Temos que nos adaptar à nossa renda para que possamos traçar planos realistas para nossa vida”, diz José Vignoli.
5. A mágica dos juros compostos
De uma maneira bem simples, faça com que a criança entenda que uma dívida que começa pequena, pode ir crescendo e se transformar em muito grande com o tempo.
Por outro lado, mesmo que você junte só um pouquinho por mês, os juros vão sendo aplicados em cima dos juros do mês seguinte, o que pode fazer a quantia crescer bastante.
6. Minimalismo x Consumismo
Mesmo que você tenha condições financeiras de dar tudo o que seu filho quer, nem sempre ele precisa de tudo. A prática do consumo consciente deve ser incentivada desde cedo nos pequenos, pois eles serão os adultos de amanhã.
“Pode ser legal pedir para ele doar um brinquedo velho sempre que ganha um novo. Dessa forma, ela entende que não precisa de uma infinidade de brinquedos e pode doar para uma criança que não tem condições de comprar”, recomenda Marcela.
7. Economizar os recursos naturais vai além do financeiro
Quando ensinamos uma criança a fechar a torneira enquanto escova os dentes ou a apagar as luzes ao sair de algum cômodo da casa, devemos fazê-las entender que isso deve ser feito não só pela economia de dinheiro.
Elas precisam estar conscientes que os recursos naturais de nosso planeta podem acabar e que, por isso, temos que cuidar bem deles.
8. O que é crédito?
É preciso explicar aos pequenos o que é crédito e como acontece sua contratação. Você pode fazer de maneira simples, emprestando dinheiro quando a mesada acabar – e depois cobrando o valor devido.
Mostre que tomar crédito não é ruim, desde que seja bem pensado. Por exemplo, abusar do seu cartão de crédito e não conseguir pagar a fatura total fará você se enrolar com juros altíssimos, criando uma dívida difícil de pagar depois. Já um financiamento bem pensado e devidamente estudado para comprar um imóvel é uma ótima forma de realizar um sonho.
9. Cartão de crédito não é infinito
“A principal mensagem que precisa ficar para a criança aqui é que o cartão de crédito é um adiantamento de dinheiro, que você terá que pagar depois. E, caso não consiga pagar no prazo combinado, terá que pagar mais ainda pela incidência de juros”, instrui Marcela.
As crianças podem ter a falsa impressão que esse pedaço de plástico pode ser usado livremente, sem consequências. Então, explique que existe um boleto no fim do mês a ser pago por todas as compras acumuladas.
10. Como administrar o próprio dinheiro
Para crianças mais novas (de até 7 anos), vale começar com a semanada – valores menores por semana. A partir de então, é possível aumentar a quantia e o espaçamento de tempo em que ela vai ganhar o dinheiro, por exemplo, um valor maior para administrar por um mês inteiro.
Meu Bolso Feliz