57% dos compradores brasileiros apertaram os cintos, focando em alimentos e produtos para o lar em 2020, aponta estudo do PayPal
Com a pandemia da covid-19, “os comportamentos de compra mudaram de forma irreversível, com impactos amplos no mundo do comércio eletrônico”. A conclusão é do relatório Comércio Sem Fronteiras 2021, realizado pela carteira digital PayPal. Entre as mudanças de hábitos, os consumidores estão mais propensos a experimentar novas marcas e formas de comprar, migrando para opções digitais e multicanais, influenciados pela escassez de produtos, restrições orçamentárias e preocupações quanto às compras presenciais.
Segundo o estudo, 56% dos entrevistados declararam que estão comprando mais pela internet durante a pandemia. Nos 13 mercados pesquisados, 85% dos consumidores que fazem compras pela internet afirmam que gastarão o mesmo que antes ou mais. O novo comportamento foi visto, sobretudo, nos grandes países em desenvolvimento.
A pesquisa estima que o e-commerce mundial crescerá 14,3% este ano, liderado pela China e seus mais de 710 milhões de consumidores on-line. No ano passado, as vendas no varejo on-line saltaram de US$ 3,35 trilhões em 2019 para US$ 4,28 trilhões em 2020. O crescimento – equivalente ao faturamento do comércio eletrônico nos Estados Unidos (EUA) – se deve aos novos compradores que vieram para a internet: houve um aumento de quase 28% nas compras virtuais em 2020. Só nos EUA, o crescimento projetado para 10 anos aconteceu em apenas 90 dias.
Com o crescimento do volume de compras virtuais, naturalmente houve o aumento dos valores totais gastos e maior segurança (22%) para fazer compras no exterior, com destaque para Índia, Brasil e México. “Em média, os consumidores que fizeram compras internacionais pela internet gastaram mais do que aqueles que somente compraram no mercado doméstico, apesar das campanhas nacionais e do desejo de ajudar as pequenas empresas e comprar no comércio local, observado em vários países”, diz o estudo.
Ainda de acordo com o relatório, estão mais altas as expectativas dos consumidores quanto ao valor, praticidade, segurança e experiência de compra. Por outro lado, nos países ocidentais, tempo de entrega, frete e custos de devolução são barreiras às compras internacionais. Já em relação aos meios de pagamento favoritos em compras internacionais, os ocidentais preferem o PayPal e os cartões de crédito – ambos 31% –, sendo que a segurança é o principal motivador na hora de escolher o método de pagamento, seguido pela praticidade, velocidade de processamento e aceitação.
Brasil
O levantamento mostra que no maior mercado on-line da América Latina os consumidores estão buscando bons preços no exterior, estimulados pelas pressões econômicas. Mais da metade dos compradores apertaram os cintos (57%), focando em alimentos e produtos para o lar em 2020. No entanto, estão prontos para gastar mais no futuro: um terço dos consumidores se sente otimista quanto a 2021 e a maioria estima que as rotinas e as finanças voltarão ao normal no agora segundo semestre. Inclusive, no fim de 2020, os gastos supérfluos começaram a aumentar lentamente.
Confira mais informações sobre o consumo online no Brasil:
- Celular: o smartphone reina no Brasil. Os consumidores online relatam que 78% dos pagamentos online são feitos neles. Em áreas rurais, os smartphones costumam ser o único dispositivo para acessar a internet. A taxa de crescimento anual composta do comércio móvel até 2023 deve ser de 17,8%, superando a expectativa de crescimento geral do comércio eletrônico de 9,3%.
- Conexão: mais de 40% dos consumidores brasileiros online disseram que conexões instáveis à internet impediram uma compra.
- Meios de pagamento: os métodos de pagamento mais comuns no comércio eletrônico são os cartões, parcelamento, boleto bancário e o PayPal. Nas compras internacionais, 29% dos brasileiros que compram pela internet descrevem o PayPal como uma “marca conhecida e confiável”, em comparação com os cartões de crédito (12%).
- Novos hábitos de consumo: a grande maioria dos consumidores testaram novas marcas e novas formas de comprar (80%), com ênfase em experiências online e multicanal. Buscando bons preços, 38% dos brasileiros que fazem compras on-line também disseram estar mais dispostos a fazer compras internacionais agora do que antes da pandemia.
- Oferte bons preços agora para vender produtos mais caros depois: a prioridade dos consumidores brasileiros ainda são as ofertas, enquanto as atividades normais e gastos supérfluos ainda não voltaram completamente. Agora é a hora de aproveitar o otimismo inerente do país em relação ao futuro. Ofereça bom custo-benefício agora e crie as conexões que permitirão que você venda itens mais caros no futuro.
- Black Friday: Em 2020, as vendas da Black Friday no Brasil chegaram a R$ 4 bilhões – aproximadamente US$ 680 milhões –, crescendo mais de 25%. O evento pode, portanto, ajudar novos vendedores a entrar no amplo mercado brasileiro eletrônico, que segue em expansão. As principais categorias incluem produtos de beleza e saúde, moda e acessórios, decoração e eletrodomésticos, eletrônicos e entretenimento.
- Redes sociais: 69% dos vendedores de comércio eletrônico no Brasil estão nas redes sociais, especialmente no Facebook. Portanto, ter perfil nas redes sociais é importantíssimo para quem quer vender no país.
Mundo
Confira mais dados do relatório Comércio Sem Fronteiras 2021 sobre o e-commerce internacional:
- Home office: para trabalhar e estudar, os consumidores buscaram uma série de novos produtos de escritório. Em 2020, as vendas globais de notebooks aumentaram em 13% e as vendas de computadores como um todo permaneceram em alta no último trimestre de 2020, 26% acima do resultado do ano anterior.
- Os smartphones se tornaram o dispositivo preferido para compras online: a preferência média foi de 43% nos 13 mercados. Mais da metade dos compradores online entrevistados em grandes mercados em desenvolvimento apresentaram uma preferência por dispositivos móveis; a China liderou esse ranking, com 84%.
- Barreiras: de maneira geral, as três principais preocupações nas compras internacionais são os custos de frete, a possibilidade de que um item não seja entregue e a demora na entrega.
- Meditação: houve um aumento significativo na demanda por aplicativos de meditação: o app Calm foi baixado 100 milhões de vezes no mundo inteiro em 2020 (+ 250% em relação a 2019).
- Meio de compras: os smartphones estão se tornando o principal meio de compras. No mundo inteiro, estima-se que os dispositivos móveis serão usados para realizar 67% das compras online em 2021. Em mercados ocidentais maduros, 36% dos consumidores ainda preferem comprar online usando um notebook – a média global é de 26%.
- China: o mercado de comércio eletrônico chinês é maior do que a soma dos 10 mercados seguintes. Por isso, as inovações naquele mercado têm um impacto enorme e geralmente viram tendências de comércio eletrônico mundo afora.
- Conforto: o trabalho remoto impulsionou as vendas de roupas casuais e esportivas em 2020. Nos EUA, as vendas de calças de moletom aumentaram em 17% e estima-se que as vendas de roupas confortáveis crescerão de forma constante até 2026, a uma taxa de crescimento anual de 3,7%.
- Fatores para compra: a sensibilidade ao preço também ajudou a eliminar barreiras às compras internacionais, já que os consumidores buscavam melhores ofertas (48%) e produtos não disponíveis no mercado local (39%).
- Datas comemorativas: estimuladas pela atração universal pelos descontos e uma forte motivação para presentear, as vendas sazonais explodiram em 2020. A Black Friday continua sendo um importante evento de vendas mundial e a segunda maior temporada de compras sazonais online em todos os mercados pesquisados.
- Livestream: a iniciativa de implementação do 5G em toda a China impulsionou as vendas por livestream. Quando o 5G estiver completamente implementado, estima-se que as inovações em compras serão responsáveis por 20% de todas as vendas de comércio eletrônico na China em 2022, um aumento em relação ao percentual observado em 2020 (10%). Isso representa um crescimento potencial de 100% em apenas dois anos.
Varejo S.A