Além do giro curto, comerciantes precisam se desdobrar para gerenciar a empresa administrativa e financeiramente durante a pandemia
Ao iniciar um negócio, muitos empresários se valem do seu conhecimento técnico e prático. O problema é que a maioria dos empreendedores se esquece que é necessário dominar também a parte administrativa e financeira. “Por muito tempo, os varejistas tocavam seus empreendimentos pensando apenas enquanto estavam rendendo dinheiro ou atingindo apenas o ponto de equilíbrio. Com a chegada da pandemia, acabaram percebendo que não tinham capital de giro para tocar o negócio por mais um mês”, aponta Mariana Watanabe, consultora financeira da Complement Consultoria & Marketing, que oferece soluções completas de implantação de modelos de negócios arrojados, com conceitos de operações que vão desde a abertura de pequenas lojas até a sua plena expansão.
Segundo a consultora, esse comportamento decorre da cultura do brasileiro não ser educado para ter organização financeira tanto pessoal quanto profissional. “A educação financeira deveria ser incluída na grade escolar, assim como matemática e português”, sugere.
Na opinião de Mariana, é incontestável que muitas empresas quebraram por não terem reserva financeira suficiente e outras quebraram por tomada de decisões erradas, pois não tiveram o suporte de especialistas. E muitas outras continuam abertas e endividadas por excesso de otimismo esperando que as coisas melhorem.
Ela ressalta que o acesso ao crédito é uma barreira a ser vencida, assim como a instabilidade e insegurança das medidas de restrição impostas pelos governos estaduais e municipais para combater o coronavírus. “Com a empresa fechada e sem faturamento fica impossível fazer uma projeção para incluir as obrigações do empréstimo no fluxo de caixa. Num cenário tão incerto como este em que vivemos, muitos negócios tiveram acesso ao crédito, inclusive com subsídios do governo com taxas de juros muito acessíveis, mas não conseguiram manter as obrigações em dia e acabaram se endividando”, analisa.
Ainda de acordo com a consultora, a maior negligência de boa parte das empresas é manter uma rotina financeira muito superficial. “Muitas vezes controlam apenas as contas a pagar e a receber e não dão a importância necessária ao fluxo de caixa, conciliações, demonstrativos de resultado”, exemplifica.
Para Mariana, ao contrário do que muitos empresários pensam, que só precisam de uma consultoria financeira quando o “caixa aperta” e está operando no vermelho, é necessário implantar processos corretos, eliminar deficiências para evitar que a empresa chegue nesses resultados negativos. “Contrate especialistas, faça um diagnóstico da sua empresa. Nós, da Complement, auditamos os processos desde o ponto de venda até as conciliações bancárias para entregar KPIs confiáveis”, atesta.
A consultora ressalta a importância de contar com especialistas para ajudar a empresa a superar as dificuldades neste momento complicado da economia brasileira porque quando o empreendimento precisa passar por um processo de reestruturação financeira, dependendo do nível de processos financeiros que o negócio já tem e a qualificação da equipe do setor, geralmente projetos normais levam uma média de 10 meses para serem implantados.
Varejo S.A.