Mercados de bairro resistem aos grandes varejistas, mas precisam investir em tecnologia

1 de novembro de 2022

Pensando no futuro, 35% dos lojistas disseram que planejam aumentar o uso de ferramentas digitais nos próximos 12 a 24 meses

Apesar da ideia de domínio das grandes varejistas sobre os pequenos mercados, a pandemia mostrou uma mudança no hábito dos consumidores que aumentaram o consumo nesses tipos de comércio. É o que aponta a pesquisa “Digitalizando o Varejo 2022”, realizada pela gestora global de venture capital Flourish Ventures.

Segundo o estudo, os mercadinhos de bairro ainda são muito presentes no dia a dia dos consumidores. No Brasil, 92% dos entrevistados planejam manter ou aumentar as compras neles. Durante a pandemia, cerca de 80% dos clientes compraram a maioria dos mantimentos em pequenos varejos.

Para Arjuna Costa, sócio da Flourish Ventures, a pesquisa destaca o potencial desse mercado. “Mercados de bairro estão no centro da comunidade. O dono conhece o cliente pelo nome e o estabelecimento frequentemente tem o que o cliente precisa. É impossível para os grandes varejistas entregar esse padrão de atendimento ao consumidor, com o mesmo nível de contato e intensidade de relacionamento”, explicou.

Entretanto, a pesquisa mostrou que tanto lojistas como clientes acreditam que o pequeno varejo precisa acelerar a adoção de tecnologias digitais. Para eles, esse é um processo para permanecer relevante e competitivo, dando continuidade ao movimento começado com a pandemia.

O estudo apontou que 65% dos lojistas brasileiros usam aplicativos de conversa para se comunicar com fornecedores ou consumidores. Pensando no futuro, 35% dos lojistas disseram que planejam aumentar o uso de ferramentas digitais para vendas online, comunicação e delivery nos próximos 12 a 24 meses.

De acordo com estimativas feitas pela Flourish Ventures, quando o pequeno varejo se tornar digital os lojistas poderão aumentar os lucros entre 60% e 100%. Porém, há uma demora na implementação das inovações devido a outras questões empresarias mais urgentes.

“É preciso criar um processo de incorporação fluido e confiável, dado que os lojistas estão relutantes em investir tempo e dinheiro em soluções até que possam enxergar seu valor tangível”, finalizou Costa.

Comparativo com países emergentes
O estudo da Flourish Ventures também analisou o desempenho de mercados de bairro no Egito, Índia e Indonésia. Ao todo, foram 1.600 entrevistados, metade de lojistas e a outra metade de consumidores.

Ao analisar os outros países que se enquadram como emergentes, foram identificadas as mesmas características e tendências desse pequeno varejo. Entre os consumidores, 94% disseram que continuarão comprando nos pequenos mercados. Já 80% dos lojistas destacaram que anseiam hoje por melhores ferramentas financeiras digitais.

Fonte: Mercado&Consumo