As medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo federal sustentaram o Consumo nos Lares Brasileiros ao longo de 2022 e o indicador encerrou o ano em alta de 3,89%. É o maior resultado acumulado desde junho de 2021 quando o indicador atingiu 4,01%.
No cenário macroeconômico, a deflação no preço dos alimentos básicos, o pagamento do pacote de benefícios sociais, o aumento do emprego formal deram impulso ao consumo de forma ainda mais expressiva no último trimestre. No período, o indicador permaneceu em patamar acima de 3%, com altas acumuladas em outubro (3,02%), novembro (3,52%), dezembro (3,89%).
Na comparação com o mês anterior (dezembro x novembro) houve alta de 15,19% no consumo nos lares. Na comparação interanual (dezembro 21 x dezembro 22) a alta é de 6,23%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado do indicador superou as projeções da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) estimadas entre 3,00% e 3,30% – que foram revistas em agosto após a liberação do pacote de benefícios de cerca de R$ 42 bi pelo governo federal para os programas Auxílios Brasil, Gás, Caminhoneiro e Taxista. Analistas da entidade calcularam, na época, que cerca de 50% do montante seria destinado à compra de alimentos nos supermercados. O levantamento contempla todos os formatos e canais de venda operados pelos supermercados.
Para o vice-presidente Institucional da ABRAS, Marcio Milan, a previsibilidade nos recebimentos dos auxílios e ampliação do número de beneficiários ao longo do ano foram decisivos para a impulsionar o consumo dos gêneros alimentícios, principalmente para famílias com menor poder aquisitivo devido a elevada inflação que impactou a cesta de alimentos.
Para 2023, a entidade projeta inicialmente um crescimento de 2,5% do Consumo nos Lares. “Nossas análises sinalizam para um crescimento positivo do Consumo nos Lares. Sabemos que há um comprometimento da renda com pagamento de dívidas e uma parcela significativa é empenhada para as tradicionais despesas de início do ano. Por outro lado, o reajuste do salário-mínimo em percentual acima da inflação, a manutenção do pagamento do Bolsa Família em R$ 600,00 e o pagamento (previsto a partir de março) de R$ 150,00 por criança de até seis anos para as famílias inscritas nos programas de transferência de renda, devem trazem recursos que são destinados a composição da cesta de abastecimento dos lares. Nessa leitura inicial do cenário, eles são recursos que trazem segurança para os beneficiários e mais assertividade às operações do varejo”, analisa Milan.
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