Membros da Geração Z não se prendem a modelos e padrões de beleza
A geração Z está pautando o consumo de produtos e serviços em todos os segmentos, e estabelece novos padrões de atendimento, inclusive, nos salões de beleza. Mais bem informadas, tecnológicas e sem tempo a perder, essas pessoas reconhecem o valor das coisas – e o seu preço. Assim, seu comportamento influencia a dinâmica cotidiana de cabeleireiros, manicures e esteticistas que precisam estar atentas às mudanças de mood e nas tendências apresentadas em redes sociais e perfis de influenciadores.
Só para lembrar, fazem parte da geração Z quem nasceu de 1995 a 2010, aproximadamente. Segundo o The State of Fashion and Beauty, da McKinsey, relata fazer, antes da compra, uma pesquisa ampla sobre os ingredientes dos produtos e seus benefícios. Também conhecem as novas tendências em cortes de cabelo e penteados, e adoram expressar-se artisticamente por meio das cores, seja nas maquiagens ou unhas. Ou seja: não valorizam padrões de beleza pré-estabelecidos, preferindo usar a aparência mais natural ou autêntica, expressando sua identidade.
Mas, como isso reflete nos salões de beleza como nicho de mercado? Na exigência por profissionais mais atualizados, que conheçam as tendências e a origem dos produtos que utilizam – de preferência, vegano e cruetelyfree; e de ambientes acolhedores, amigáveis às mais diversas expressões e que façam os atendimentos de forma pontual. Esse público também não está disposto a gastar além do necessário em termos financeiros e de tempo, preferindo procedimentos mais rápidos – mesmo que recorrentes.
Como funciona na prática
Essa dinâmica também influencia as outras gerações, sejam millenials, X e outros, impactando no andamento dos negócios. Para ajudar os profissionais e empresários do ramo a se prepararem para esse novo perfil de público a Beauty Fair realizou uma pesquisa, em parceria com a Radar Pesquisas, feita com consumidores, profissionais e empresários do setor, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará e Pernambuco. Mais de 800 pessoas atenderam ao chamado de falar sobre suas percepções do setor e o resultado foi divulgado na 2ª edição do Beauty Fair Summit – Donos de Salão, realizado no início de junho em São Paulo.
César Tsukuda, diretor geral da Beauty Fair, apresentou estudo desenvolvido em parceria com a Radar Pesquisa.
A pesquisa indicou os principais desafios para esse nicho são: saber de gestão, finanças e marketing; investir em tecnologia, para além das redes sociais; e incrementar o relacionamento.
Para melhorar a gestão, é necessário estudar – ou se cercar de profissionais habilitados em finanças, marketing e coordenação de pessoas. Nesse quesito, a tecnologia também pode ser uma parceira.
Além disso, as plataformas digitais possibilitam o alcance de um público maior e possibilitam que os profissionais e empresário se mantenham atualizados. Mas é preciso acompanhar o ritmo: “não adianta só o salão ter uma página linda no Instagram, a cliente pede as páginas dos profissionais para escolher quem vai atendê-la. O perfil precisa estar atualizado e bem-produzido, senão elas só vão escolher os profissionais que têm boas contas no Instagram”, pontua César Tsukuda, diretor geral da Beauty Fair.
Da mesma forma, a pesquisa identificou que está mais difícil fidelizar os clientes: afinal, com mais acesso à informação, a clientela pode buscar outras alternativas por qualquer motivo como falta de horário, profissionais desatualizados ou qualidade dos produtos utilizados. Nesse quesito, é necessário exercitar as soft skills e o lado comportamental de todo o time: cordialidade e gentileza são fundamentais, assim como saber ouvir – ou se manter em silêncio, em algumas situações.
Sobre o modelo do negócio, será cada vez mais comum o formato “Studio”, salões mais enxutos, com poucos profissionais selecionados.
Informação para o sucesso
“Todas essas informações, quando bem analisadas, podem contribuir para a tomada de decisão e serem preponderantes na vitalidade do negócio. Como constatamos na pesquisa, é preciso investir no relacionamento com o cliente, sim, inclusive possibilitando que ele encontre o salão e agende o seu horário online. Mas, para além disso, é necessário ter boa técnica e conhecer o perfil dos clientes”, alerta o executivo.
Ele resume o estudo no exemplo: “de que adianta saber que a clientela está valorizando o tempo de qualidade, ao invés de passar longas horas no salão? Para se preparar para oferecer cortes práticos, que facilitem o dia a dia; nail designs, que durem mais do que uma semana; e outros procedimentos, que sejam fáceis de serem mantidos em casa. Esse é um exemplo simples de como ter informação contribui favoravelmente para a vitalidade do negócio”, finaliza.
Varejo S.A.