Segundo indicador realizado pela CNDL e SPC Brasil, 40,89% estavam negativados no mês passado
O número de inadimplentes no Brasil continua a crescer, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A pesquisa aponta que quatro em cada dez brasileiros estavam negativados em março de 2024, totalizando 67,18 milhões de pessoas com débitos em atraso.
O aumento na inadimplência representa um crescimento de 2,67% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados abrangem capitais e regiões do interior de todos os 26 Estados brasileiros, além do Distrito Federal.
De acordo com Nival Martins, superintendente do SPC Brasil, embora os números ainda mostrem um aumento na inadimplência, há uma tendência de desaceleração nos próximos meses. “Cerca de 84% das dívidas que entraram na base de dados em março eram de pessoas reincidentes. As famílias ainda estão muito endividadas e não conseguem saldar suas dívidas, o que as coloca em um ciclo contínuo de inadimplência”, afirma Martins.
Perfil do devedor
Os dados também revelam que o crescimento da inadimplência se concentrou especialmente em débitos com tempo de atraso de 1 a 3 anos, com um aumento de 18,68%. O grupo etário mais afetado é de 30 a 39 anos, com 23,59% dos inadimplentes pertencendo a essa faixa etária. Isso representa quase metade (48,67%) dos brasileiros dessa faixa etária com registros de dívidas em atraso.
A inadimplência está quase igualmente distribuída entre homens e mulheres, com 51,12% das dívidas associadas a mulheres e 48,88% a homens.
Gestão financeira e perspectivas futuras
Nival Martins ressalta a importância da boa gestão financeira para evitar a bola de neve da inadimplência. “A boa gestão do orçamento doméstico é desafiadora, mas essencial para que os recursos sejam suficientes, e, quem sabe, conseguir alguma sobra para economizar”, comenta.
O valor médio das dívidas está em R$ 4.397, com aproximadamente 45% dos devedores possuindo débitos de até R$ 1 mil. Essa disparidade nos valores das dívidas aponta para a necessidade de maior educação financeira entre a população.
Com essa tendência de desaceleração na inadimplência, é importante que os consumidores brasileiros busquem estratégias para gerir melhor suas finanças e evitar reincidência em débitos futuros.
CNDL