Profissional reciclável, o profissional do futuro

4 de janeiro de 2013

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O filósofo Theilhard de Chardin, nos ilustra a caminhada evolutiva como em uma espiral sem fim, onde nossos conteúdos e experiências mudam à medida que também em nós ocorrem mudanças de paradigmas, conteúdos, hábitos. Isto é reciclagem – um processo dinâmico que requer energia. Essa energia é o que determina a velocidade das mudanças e a intensidade e profundidade do processo; e os resultados serão proporcionais. Vemos e ouvimos relatos de profissionais que são chamados de volta às empresas. Por que será que ocorre esse recall de profissionais? Para corrigir erros?Não encontram outros melhores? Conheciam os vícios da empresa? Quando são chamados, não acontece em razão de um saudosismo “nostálgico”, mas pelo desejo de resgatar um potencial que não parou e que possivelmente se ajustou, melhorou, cresceu e potencializou após a saída, com sua circulação pelo mercado.

Não é fácil chamar um executivo de volta ao quadro funcional; assim como também não é fácil para ele retornar para fazer parte do novo grupo – muitas vezes renovado, mais jovem e competitivo (alguns MBA a frente). Vários fundadores retornam às empresas de origem (Dell, Apple, Nike e outras) em momentos que exigiam mudanças estratégicas arriscadas e renovação. Talvez porque eles não tivessem mais medo de arriscar por conta de uma “coragem veterana”. Rever a empresa com novas oportunidades é renovar-se também! Lidia Arantangy em seu livro O Anel que tu me destes, propõe para longos casamentos “a renovação constante da união” – pois não basta recomeçar, é preciso se renovar constantemente de forma a se manter interessante aos olhos do outro. É um bom paralelo.

Um bom exemplo de quem está em constante movimento é o empresário Abílio Diniz, mais de 60 anos, malhação física diária e conquistas profissionais constantes. Mal comprou o Ponto Frio, já adquiriu as Casas Bahia e tudo indica que não vai parar por aí.

Essa renovação constante com desafios contínuos faz qualquer profissional se manter em forma. Retornar aos negócios não é algo vergonhoso e sim desafiador e super gratificante. Não há nada que se compare a trazer novas soluções para problemas antigos e ver problemas que incomodavam como “coisas do passado” – transformando-os em oportunidades de melhoria. Heráclito de Éfeso dizia que “nunca se banha nas mesmas águas” e “as únicas certezas são as mudanças”.

A expressão “de volta ao passado” traz uma ideia de mesmice para as questões que sempre incomodaram, ou situações que nunca mudaram. Mas se você é o agente de mudança, ah, já faz toda a diferença. Ao pensar em voltar para empresa ou ao ser convidado para reassumir a sua posição, se auto-analise e veja se mudou, se melhorou. Pense também no que vai fazer diferente. Perceba a oportunidade como um novíssimo desafio e não como uma zona de conforto. Tenha um novo foco, uma nova meta, novo objetivo e novos desafios. Reorganize o planejamento e reveja o que não fez e que deveria ter feito (ou esperou demais para agir e perdeu o time). Pense em ser mais arrojado, medir mais as respostas pelos resultados que elas podem trazer, concluir as tarefas com mais entusiasmo – mesmo as mais simples.

O que ocorre é que tem a oportunidade de se corrigir, valorizar, mudar, acertar e potencializar todas as suas ações. E ainda ter mais prazer do que implesmente cumprir tarefas; arriscar mais e não ter receio de acertar menos. Benjamin Franklin, em seu interessante epitáfio disse que “retornaria em uma edição melhor e melhorada”. Volte renovado, mais útil, mais prático, tal como os “recicláveis”. Seja um profissional autorreciclável e no lugar da “volta ao passado”, volte (e volte-se) para o futuro – aquele que lhe espera!

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