A humildade nos faz progredir

8 de janeiro de 2013

A arrogância é nossa maior inimiga, a humildade, nossa maior amiga. Ser humilde é ter a predisposição para o aprendizado constante. Enquanto a pessoa arrogante acha que já sabe tudo, a humilde acredita que ainda tem um longo caminho para percorrer. Por isso, opte sempre por essa atitude de abertura mental e espiritual. Você só tem a ganhar. Proponha-se mais perguntas do que respostas. O ser criativo é aquele que admite não possuir todas as respostas. Daí a sua motivação para a busca, para o aprendizado. Para ele, até os maiores fracassos podem ser úteis.

O livro “Como a Starbucks salvou a minha vida (Michael Gates Gill, Editora Sextante) – A história real de um homem que perdeu tudo e encontrou a felicidade servindo café – é um elogio à humildade”. A obra está resumida na frase que abre o capítulo 1: “A humildade nos faz progredir” (Winton Marsalis, músico de jazz). Quanta sabedoria embutida em uma simples frase! Não pode haver progresso sem humildade. A missão de todos, sem exceção, não é regredir, mas progredir, portanto, essa frase contém o segredo da vitória em qualquer área da vida. A chave do fracasso se encontra na atitude oposta: na arrogância. O livro mostra como Michael Gill, ex-diretor de criação da J. Walter Thompson, a maior agência de publicidade do mundo, aprendeu que é melhor ser humilde do que arrogante. Com incrível candura, Gill, aos 63 anos, confessa seus maiores erros:

Passei grande parte de minha vida tentando não fracassar. Tentando corresponder às expectativas dos meus pais. Morrendo de medo de decepcioná-los. Troquei minha família pelos meus clientes. Meus clientes se tornaram minha família, e meu filhos cresceram sem mim. Exagerei em minha lealdade com a empresa, trabalhando até altas horas, sempre disposto a adaptar minha agenda pessoal às necessidades dos clientes.

Cheguei a deixar meus filhos em prantos, em um dia de Natal, para atender à um mega cliente. Somente admitia pessoas como eu, isto é, brancas e advindas da elite norte americana.

Dediquei 25 anos de minha vida à uma empresa, pensando que jamais seria demitido. Não me preparei para a maturidade. Nem mesmo fazendo um plano de saúde. Ironia das ironias. Depois de ser despedido da J. Walter Thompson, Michael foi admitido pela gerente da Starbucks-uma mulher negra, jovem, de origem humilde e que tinha dado duro para subir na vida. Essa pessoa, que ele jamais contrataria, ofereceu-lhe o emprego que, literalmente, salvaria a sua vida. Foi salvo de si mesmo, do orgulho que o impedia de aceitar e digerir o fracasso, tanto pessoal quanto profissional. Por mais simples que fosse sua nova colocação, fez com que ele recobrasse a alegria de viver.

Um emprego humilde, reservado para negros, das classes mais baixas da sociedade, levou o autor a refletir sobre os valores fundamentais da vida. Fez com que ele questionasse a sua empolgação e entrega a uma ilusão de grandeza – em detrimento do convívio familiar. Depois de admitido na Starbucks não conseguiu recuperar sua família, mas conseguiu, isso sim, entender que a felicidade está mais próxima do que imaginamos. Não se encontra em subir cada mais e mais nos escalões de multinacionais, mas se alegrar em ser útil, em servir aos semelhantes, e descobrir a riqueza que existe em relacionamentos sinceros.

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