Exagerou nos gastos? Especialistas ajudam você a melhorar sua inteligência financeira

10 de janeiro de 2013

Após uma semana difícil, você corre para o shopping para se dar presentes? Cuidado: esse tipo de comportamento pode levar à bancarrota. Experts ensinam a controlar impulsos consumistas e ter paz ao tirar o extrato.

(Foto: Pedro Rubens)

Embalados pelo crescimento da economia nos últimos anos e por maiores facilidades de crédito, os brasileiros estão gastando mais – e, pior, se endividando mais. Segundo um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), 62,5% das famílias possuem dívidas, o que corresponde a um aumento de 6,39% nesse número somente de 2010 para 2011. Se você tem lá seus compromissos, mas acha que nem de longe se enquadra nesse cenário tenebroso, pare e pense. Comece dando uma olhada no canhoto do talão de cheques. Há pré-datados espalhados por aí? Agora leia com atenção a fatura de cada um dos seus cartões de crédito. Existem compras parceladas? De acordo com as estatísticas, é grande a probabilidade de a resposta para ambas as perguntas ser sim. Pois então: essas parcelas também são dívidas! Se, ao somá-las à prestação da casa, ao condomínio, ao financiamento do carro, à mensalidade da escola das crianças e a todas as outras obrigações mensais, o valor final ainda couber no seu orçamento, não há tantas razões para se preocupar.

O problema é quando as despesas ultrapassam o que se ganha. “Muita gente perde o controle das contas simplesmente por não saber quais são seus verdadeiros gastos e até a sua renda líquida”, alerta a terapeuta financeira Paula Schurt, de São Paulo, que dá cursos e workshops sobre o tema. Não é só. Munidas de cheques e cartões de crédito, as pessoas não lidam com o dinheiro de forma racional, realista e prática. Pelo contrário, misturam emoções com finanças e cometem erros básicos. “Uma coisa comum é terem a falsa ideia de que, com cartão, podem comprar tudo o que desejam, esquecendo-se de que precisarão pagar depois”, exemplifica a psicanalista Vera Rita de Mello Ferreira, autora do livro A Cabeça do Investidor – Conhecendo Suas Emoções para Investir Melhor (Évora) e professora da Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fifecafi).

Decisões cotidianas

Existem várias razões que podem levar à perda do controle orçamentário – um problema de saúde, uma viagem inesperada, o desemprego e outros grandes imprevistos. Mas há também razões mais sutis e perigosas. Algumas pessoas se endividam sem perceber que estão cavando um buraco cada vez mais fundo, levando consigo a própria tranquilidade e a da família. Poucas se dão conta de como é complexo lidar com dinheiro e de como são obrigadas a tomar decisões financeiras importantes a todo instante. A diferença entre comprar uma TV à vista ou parcelada, por exemplo, pode chegar a 30% do valor do aparelho. Ou ainda: os juros embutidos na compra de um carro popular chegam a mais de 5 mil reais. Então, o que fazer? Financiar ou não? Deixar de comprar? A cultura brasileira sugere que o preço está bom quando a parcela cabe no orçamento. Com o passar dos anos, porém, essas decisões, que podem não ser sentidas no dia a dia imediato, produzem um enorme impacto – e, eventualmente, são a diferença entre uma aposentadoria apertada e uma confortável.

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Por Rachel Campello