Você precisa vender a marca pessoal para a carreira que deseja, não para a que tem. E aqui vão algumas dicas
Para gerenciar sua marca pessoal na internet não basta apenas monitorar sua reputação. É importante alcançar reconhecimento e visibilidade dentro da empresa em que atualmente se trabalha, além de se posicionar para futuras oportunidades. A opinião é do especialista em marcas pessoais Dan Schawbel, autor do best seller “Me 2.0: Four Steps to Building Your Future” (ainda sem tradução para o português).
“No mundo de hoje, você precisa vender a marca para a carreira que almeja e não para a carreira que tem”, diz Schawbel. “A questão é visibilidade, predicado capaz de atrair grandes oportunidades. Mas o trabalho de posicionamento deve ser feito de acordo com o nicho desejado, para atrair as oportunidades certas”, completa.
Desenvolver uma marca pessoal forte ganhou ainda mais importância no clima econômico atual, porque, embora novas vagas apareçam com o reaquecimento econômico global, subir para cargos mais altos está se tornando cada vez mais difícil. Assim, mesmo que não haja a intenção de trocar de empresa, é importante cultivar uma marca forte e uma presença online, para aumentar o valor perante a própria empresa e ter mais chances de promoções.
O autor dá um exemplo de valor que isso pode criar: com uma boa presença no mercado, o profissional pode passar a ser visto como um líder ou especialista em uma área específica, mesmo que não mude de cargo ou não tenha aumento de salário em um primeiro momento. Gestão de marca é um investimento para toda a vida, e não dá para esperar retornos muito imediatos.
Gerenciar a marca também não precisa ser uma atividade complexa, tampouco consumir muito tempo do profissional. Para Schawbel, a chave é fazer experimentações e chegar a um equilíbrio na gestão da imagem, em que o trabalho atenda necessidades pessoais sem comprometer atividades profissionais e pessoais.
Então, por onde começar? O autor recomenda três ações para iniciar a construção de uma marca que reflete quem é o profissional e o que ele pretende alcançar:
1 – Crie conteúdo
Se a presença online é essencial, o primeiro passo é quebrar a resistência do profissional em se juntar às redes sociais mais importantes do mercado, como Facebook ou Twitter. E se você pensa há algum tempo em criar um blog sobre um assunto específico, a hora é essa. “As pessoas precisam começar a olhar para a Internet de uma forma diferente, já que ela representa um meio global de busca de talentos. A primeira forma de busca por profissionais é o Google, antes mesmo do LinkedIn”, diz Schawbel. É por isso que o profissional precisa criar perfis fortes, que digam a que veio. Dessa forma, quando o procurarem no Google, ele será encontrado. Do contrário, ele não existe.
Ser ativo no Facebook, LinkedIn e Twitter, além de publicar um blog, certamente colocará o profissional entre os 10 primeiros resultados para seu nome. E manter uma posição na página com os 10 primeiros resultados é uma das partes mais importantes para gerenciar a marca pessoal, porque geralmente as pessoas continuam a pesquisa além dela. E como o profissional controla o conteúdo dessas páginas, é uma excelente forma de refinar sua marca.
Se o profissional já é ativo em redes sociais e mantém um blog, ele deve se perguntar se esses meios traduzem a forma como ele quer ser visto pelos outros. Depois da reflexão, é importante revisitar cada um dos perfis e avaliar como ele está se retratando. Cabe a pergunta: os tweets ou posts do profissional refletem o que ele quer ser na carreira?
2 – Monitore seu nome
De acordo com Schawbel, uma das soluções gratuitas mais úteis no que diz respeito ao tratamento da própria imagem é o Google Alert. A ferramenta envia atualizações por e-mail ou pelo Google Reader sobre um tópico ou uma frase, sendo que o usuário escolhe a frequência.
O autor acredita que criar um alerta para o próprio nome é essencial para manter a noção sobre o que as pessoas estão dizendo sobre o profissional na Web, em blogs ou outros lugares. Criar alertas para o nome da empresa, palavras-chave da indústria e outras pessoas importantes da mesma área pode ser útil também.
“Se eu não gastasse um tempo todos os dias olhando no meu Google Reader para saber o que as pessoas falam sobre mim e sobre a indústria à qual pertenço, minhas apresentações seriam desatualizadas”, diz Schawbel. “Ao centralizar alertas no Google Reader ou no e-mail, o profissional terá a mesma possibilidade de se manter sempre atualizado.”
Cabe ao profissional procurar outras ferramentas de monitoração web por meio de palavras-chave. O Twitter é um dos sites sociais muito rico nesse quesito.
3 – Construa relacionamento com seus evangelistas
Enquanto desenvolve e gerencia uma marca online – e permanece ativo nos sites sociais que escolheu para se destacar –, o profissional começa a construir um grupo que entra frequentemente em seus blogs e posts para conversar no Twitter e no LinkedIn sobre os tópicos. De acordo com Schawbel, esses são os evangelistas dos profissionais, uma parte muito importante da marca pessoal.“O profissional só manterá seus evangelistas se mantiver um diálogo com eles, compartilhando as próprias opiniões”, diz Schawbel.
Outra vantagem é ter um grupo de pessoas que vai alertar o profissional caso algo seja falado sobre ele nas redes, de negativo ou positivo. Diante disso, a pessoa pode buscar as fontes de citações negativas e tentar contornar a questão ou agradecer retornos positivos, compartilhando-os com sua rede. Essa estratégia, segundo Schawbel, ajudará a modelar a marca e fazê-la evoluir.
Por: Kristin Burnham, CIO/EUA
Disponível em: http://cio.uol.com.br/
Imagem: www.moteleiro.com.br