Sempre que tenho a oportunidade de conversar e trocar ideias com profissionais que se dedicam à Gestão de Pessoas e questiono quais os pontos que podem comprometer a atuação deles, rapidamente, boa parte logo sinaliza um fator que enfrenta ou que deseja manter bem longe do seu dia a dia. Confira abaixo quais são aqueles que mais observo serem o “Calcanhar de Aquiles” na vida de muitos profissionais de Recursos Humanos.
1 – Infelizmente, ainda existem empresas que consideram a remetem a área de RH apenas para as ações burocráticas como contratar e demitir profissionais. A Gestão de Pessoas é apenas uma bela expressão utilizada para apresentar os valores, a missão a visão da organização que são expostos em um quadro com moldura tipo “sanduíche”.
2 – A centralização de poder é outro fator que prejudica a atuação do mais talentoso e experiente profissional de Gestão de Pessoas. É inimaginável querer que de faça uma ótima gestão junto aos talentos, sem que a área de RH tenha o mínimo de autonomia para decidir sobre assuntos que podem perfeitamente ficar sob sua responsabilidade.
3 – Muitas pesquisas já apontaram que na maioria dos casos os profissionais não pedem demissão da empresa, mas sim dos seus gestores. Líderes despreparados desestimulam a equipe rapidamente e pior ainda, estimula os talentos a migrarem para outras empresas.
4 – A falta de uma comunicação interna clara dá margens para que a credibilidade da empresa junto aos colaboradores fique comprometida. É um grave engano pensar que omitir informações dos funcionários trará estabilidade, uma vez que a “rádio peão” sempre ganhará força quando a diretoria de uma companhia deixa de fortalecer o seu relacionamento junto aos clientes internos.
5 – A maioria dos profissionais busca o desenvolvimento, porque querem ascender internamente e até mesmo suprir uma necessidade de crescimento interior. Quando a empresa poda ou não dá a oportunidade de aprendizado, está desestimulando o funcionário a fazer parte da equipe.
6 – Dizem que só erra quem tenta. E como todo talento é humano, ele precisará de espaço para apresentar ideias, propostas que podem ou não ser viáveis. Quando não se permite a “chance de errar”, a criatividade corporativa corre sério risco.
7 – Já que falamos em criatividade, esse mesmo assunto nos remete aos processos de mudanças. Empresas que acreditam que em time que está ganhando não se mexe e fecha espaço para as inovações, recebe apenas o agradecimento da concorrência.
8 – Feedback é desnecessário e perda de tempo. Quem pensa assim, está soltando uma “bandeja de ovos” nos próprios pés. O feedback não é um instrumento supérfluo, pelo contrário. Ele é fundamental para que a Gestão de Pessoas tenha êxito em suas ações, pois permite que o funcionário saiba o que a empresa espera dele e vice-versa.
9 – Condições inadequadas para a realização das atividades laborais comprometem o desempenho individual e, consequentemente, da equipe. Ainda são muitos os casos de empresas que esperam que seus funcionários façam verdadeiros milagres na superação de metas, quando esses não possuem os mínimos recursos para atenderem às expectativas do negócio. Colaboradores comprometidos também precisam de equipamentos e de datas realistas para a concretização de trabalhos bem elaborados.
10 – Qualidade de vida no ambiente de trabalho não é utopia e tampouco foi “idealizada” apenas para empresas que querem “aparecer” como as “melhores para se trabalhar”. É notório que o profissional que convive com um clima saudável torna-se mais satisfeito e comprometido para vestir a camisa da empresa. Quem está feliz, produz muito mais e com melhor qualidade.
Por Patrícia Bispo para o RH.com.br
Imagem: blog.ambracollege.com