Após mais de um ano de pesquisas, quero oferecer a você um paralelo traçado entre a vida dentro e fora das redes sociais, através de dez passos. Vamos analisar os benefícios e prejuízos do uso desta poderosa ferramenta mundial.
1) Gerentes da Rede Social:
O seu perfil nas redes de relacionamento requer um toque pessoal. Portanto, se hoje você delega para alguém a incumbência de administrar sua página, saiba de algo: ninguém, em nenhuma escala de relacionamento, está tão preparado quanto você para lidar com sua imagem, ideias e convicções. Portanto, pense na possibilidade de reservar algumas horas por semana e assuma as rédeas de sua rede social. Afinal, os seus leitores não querem falar com seu “gerente de imagem”. Eles querem falar com você!
2) Oportunismo:
Se você tem o hábito de marcar pessoas em fotos e posts de grande repercussão, para desta forma pegar carona viral com as pessoas de seu relacionamento, não pense que esta prática é ignorada. As pessoas percebem qualquer movimento de inidoneidade e automaticamente, se distanciam de quem assim o faz. Além disso, a própria rede social é dotada de ferramentas de denúncia destas práticas abusivas.
3) Imagem:
Não importa qual é a sua profissão. Se você é seu próprio patrão, uma foto a beira da piscina segurando uma lata de cerveja, ao lado da namorada ou esposa com um micro biquíni, as pessoas que fecham negócios com você pensarão duas vezes antes de fazê-lo, pois a sua reputação pessoal repercute diretamente no mundo dos negócios.
4) Banalização emocional:
A rede social tornou-se uma grande terapia de grupo. As pessoas procuram desabafar e compartilhar sentimentos muitas vezes não divididos nem com as pessoas mais queridas de suas relações. A exposição de seus sentimentos é como a nudez física, só que neste caso emocional. Procure as pessoas que você ama para compartilhar profundos sentimentos e deixe a rede social para fotos, reflexões, vídeos e entretenimentos de toda sorte, preservando sempre a sua caríssima intimidade, que inclusive deixa de ter esta característica quando é exposta tal qual carne em vitrine de açougue.
5) Energia negativa:
Se você não pode ajudar, não atrapalhe. As pessoas se especializaram em ofender pela rede social. Falam de pessoas falsas, egoístas, mesquinhas, adúlteras e procuram lavar toda a roupa suja por ali. Vejo posts na rede social, como por exemplo: “Eu detesto pessoas egoístas”. Ok, tudo certo, não estou afirmando que a partir de hoje você deve amar pessoas com perfil individualista, quero apenas afirmar que NINGUÉM gosta de pessoas assim. Portanto, não precisa ficar repetindo esta redundante dedução nas redes de relacionamento. Espalhe boa energia e naturalmente os egoístas ficarão longe de você. Para isso, não precisamos da rede social. Nós nascemos donos de discernimento e bom senso.
6) Indiretas:
Com a possibilidade de mandar um recado discreto para quem desejar, vejo as pessoas trocando farpas insinuantes na rede social. Onde estão aqueles tempos nos quais, quando a pessoa se sentia incomodada, ligava para a outra e deixava isso muito claro? A rede social oferece o perigoso recurso de tornar as pessoas com pouca coragem de dizer o que lhes incomoda diretamente. Então ela briga, por exemplo, com o marido, acessa a rede social e coloca um post: “Eu detesto pessoas que não me entendem”. Percebem onde podemos chegar? Em alguns anos, se não mudarmos a nossa postura, sempre que nos ofenderem iremos diretamente para a rede social, como se esta fosse advogada, psicóloga e quem sabe até uma líder espiritual.
7) Intolerância religiosa:
De que adianta ficar lutando por suas crenças religiosas na rede social? A pessoa não migrará para a sua religião apenas porque você falou mal da crença dela. Vivemos em um país de liberdade religiosa, de modo que cada um segue o caminho que desejar ou até nenhum caminho, se o ateísmo assim lhe parecer ideal. Nada tenho contra qualquer ordem religiosa, por outro lado não posso dizer que é justo ofender semelhantes por conta da intolerância social-religiosa. Deixemos isso para países nos quais culturalmente as pessoas dão as suas vidas em prol do que acreditam. Vamos respeitar a pluralidade religiosa. Esteja a vontade para divulgar pontos de sua religião que considera legais, não estamos insinuando que não pode fazê-lo. Apenas não aja em detrimento de outras pessoas e seus respectivos credos.
8) Intolerância cultural:
É chegado o momento de respeitar o gosto alheio pelo lazer e entretenimento. Vejo verdadeiras campanhas formadas e até várias comunidades contra reality-show, por exemplo. Se algumas pessoas gostam deste tipo de programa e você não, guarde para si a sua opinião ao invés de postar na rede social “Esta pessoa aqui não é burra para ficar assistindo BBB”, como se todas as demais pessoas fossem desprovidas de inteligência só porque elegeram o programa como fonte de sua diversão. O mesmo vale para o futebol de quartas e domingos, para a novela diária e outras formas de entretenimento televisivo. Chega de se sentir superior porque lê a Divina Comédia enquanto outras pessoas assistem à televisão. Defendo muito a necessidade da cultura literária, só não podemos fazê-lo goela abaixo de ninguém. Cada um traça as suas escolhas e colhe seus resultados, sem precisar que você seja o juiz cultural de suas vidas.
9) Imagem profissional:
Você é um profissional de regime CLT e usa a rede social por que a sua empresa assim o permite? Não vejo nenhum problema, desde que você não abra mão de suas tarefas para fazê-lo. Pense: você é patrão ou líder. Então entra na rede social e decide dar uma investigada no comportamento dos funcionários. Seleciona o João como objeto de sua investigação. Ele está com um histórico registrado assim:
Há uma hora: João curtiu a página “Meu time favorito”.
Há duas horas: João está jogando Fattoria Felice.
Há três horas: João criou o álbum de fotos “Churrasco no domingão com os amigos”
O João é um candidato ao desemprego, senhoras e senhores. Se você é seu próprio patrão, nada muda. Quem vai fechar negócios com uma pessoa que fica 24 horas no ar usando a rede social? Automaticamente, a pessoa pensa: “se ela passa o dia inteiro na rede social, não vai ter tempo para produzir o que combinarmos”.
10) Vício:
É mera questão de tempo para se criarem grupos de “usuários da rede social anônimos”, tal qual já existe com os toxicômanos. Se você se encaixa neste perfil, lembre-se que a poesia da vida prazerosa requer relacionamentos menos virtuais e mais presenciais. Ao reclamar que seu filho não lê um único livro, se ele lhe responder: “você também não lê, fica o dia inteiro no facebook” pare e observe que é chegado o momento de avaliar suas escolhas. Os filhos, cônjuges e amigos querem lhe dar carinho e atenção, bem como esperam o seu. Quando não podem mais contar com você, lhe abandonam ao “mundo das drogas”, ou seja, ao “mundo da rede social”. Pare um instante e reflita como andam as suas relações com as pessoas mais próximas. Se você tem acompanhado a vida de seus melhores amigos apenas pela rede social, desligue o computador e vá até eles oferecer o seu melhor abraço.
Você pode alegar para si que não tem tempo para fazer isso. Se este for o caso, observe quanto tempo você investe nas redes sociais e somente depois disso, responda: será mesmo que você não tem tempo?
A escolha, como sempre, é apenas sua!
Texto: Edilson Menezes Site: www.arteesucesso.com.br
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