Imagem pessoal é tão importante quanto competência e conhecimentos técnicos, diz consultora
Etiqueta não é sinônimo de formalidade tampouco assunto banal, sem importância. Ela está atrelada à educação, ao respeito, à cordialidade. No trabalho, a etiqueta tem o intuito de padronizar o comportamento em prol das efetivas relações humanas. Ao criar alguns protocolos, facilita as ações em grupo e sana dúvidas como: “Devo dizer não ao meu superior imediato?”.
Cristina Ferraz de Barros Pimentel, consultora em Etiqueta e Comportamento Social com aprimoramento em Melbourne, Austrália, formada em Psicologia voltada para o desenvolvimento e comportamento humano, ministra curso de etiqueta social no âmbito empresarial e pessoal.
Em entrevista ao Empregos.com.br, perguntei a ela: as empresas podem deixar de contratar profissionais pela impressão causada em uma entrevista?
A consultora não titubeou. “Sim. As empresas querem colaboradores que saibam aliar competência, conhecimento técnico, inteligência emocional e imagem pessoal. Na maioria dos casos, o candidato não terá uma segunda oportunidade para alterar a primeira impressão. Por isso, é muito importante causar uma boa imagem no primeiro encontro”.
A seguir, Cristina nos revela alguns protocolos da etiqueta. Segundo ela, sua aplicação é importante tanto no trabalho como na busca por uma a vaga no mercado. Confira.
Entrevista não é teste
O candidato deve encarar a entrevista como uma oportunidade, em que lhe será agregada experiência, independentemente do resultado.
Estar informado sobre a empresa é essencial
O candidato tem de investigar quem é a instituição. É importante conhecer os objetivos e missão das empresas. Dica: acesse o portal da corporação. Estar informado sobre o que ocorre no Brasil e no mundo (conhecimentos gerais) também é preponderante. Isso ajuda muito a eliminar o nervosismo e a ansiedade durante uma entrevista.
Não pense em respostas prontas
O segredo é: ter uma boa noite de sono. Na entrevista, não tente adivinhar o que o entrevistador quer ouvir. Se você se ativer às “respostas prontas” pode ser selecionado para uma vaga que não tem a ver com o seu perfil. Isso poderá lhe causar incômodos e constrangimentos mais tarde.
Seja sincero. Cuidado para não ser prolixo. Responda às perguntas com concisão e objetividade. Para isso, esteja sempre informado. Não interrompa o entrevistador. Fuja de perguntas e respostas negativas. Jamais critique outras empresas.
Roupa: na dúvida, peque pela formalidade
Descobrir quais estilos de roupas os colaboradores usam antes da entrevista é o ideal, contudo se não houver esta possibilidade não arrisque: é melhor pecar pelo conservadorismo, em detrimento da informalidade. Se a vaga ambicionada é na área de marketing, por exemplo, o candidato pode apresentar-se de forma mais despojada.
Tenha bom senso. Não usar roupas extravagantes ou muito justas. Preferência por cores sóbrias como a preta, branca, cinza.
Imagem pessoal
Pontualidade e planejamento são essenciais. Seja sincero, durante uma entrevista, olhe o entrevistador nos olhos.
Se tiver tatuagem, não deixar exposta ou se pensa em fazer uma, a indicação é escolher locais não muito visíveis, para não influenciar em sua carreira. O piercing também não é adequado.
Na entrevista, imprimir um pouco de formalidade, mesmo que após a contratação o comportamento possa mudar, devido à necessidade de se adequar mais ao perfil da empresa ou de imprimir mais o seu estilo pessoal.
Para as mulheres, a maquiagem não deve ser extravagante, para não haver o risco de a aparência chamar mais a atenção do que as competências profissionais. Não abusar nos acessórios, eles devem ser discretos. A cor do esmalte não pode entrar em desarmonia com maquiagem e roupa. Nesse caso, cuidado com as cores escuras. Procure ir à entrevista de calça, pois é mais confortável.
Não tenha receio de fazer perguntas. Jamais saia da entrevista com dúvidas. Se você está pleiteando uma vaga, precisa ficar a par das condições estabelecidas que estejam atreladas à função almejada ou à empresa. Seja honesto.
No trabalho
Respeite o espaço dos colegas de trabalho. Em sua mesa, não coloque objetos pessoais em demasia, isso pode ser considerado falta de postura profissional.
Nunca altere o tom de voz. Cumprimente os colaboradores próximos; diga sempre as “palavras mágicas”: obrigado, por favor.
Seja companheiro. Ajude o colega de trabalho em suas tarefas sempre que houver necessidade. Não faça perguntas invasivas, que possam constranger o colaborador.
Entenda que todos fazem parte de um grupo e que se um não alcançar o resultado, todos poderão ser prejudicados.
Líderes e colaboradores
Seja empático sempre. Antes do feedback ou de algum comentário, pergunte-se: “Como eu iria me sentir se estivesse no lugar dele(a)?”.
Nem todos os grupos são iguais. Como líder ou colaborador você precisa entender a forma mais adequada de transmitir uma informação. Muitas vezes, os conflitos não ocorrem pela notícia em si, mas pelo COMO ela é transmitida. Educação deve estar em primeiro plano.
Seja sincero com o seu superior imediato. Ser bajulador não é garantia de sucesso profissional.
Se algum colaborador está prejudicando o trabalho da equipe, o líder deve ser assertivo. Converse pessoalmente com o funcionário e exponha a questão de forma objetiva e pontual. Jamais fale de forma agressiva. Seja compreensivo; ouça o profissional. O objetivo não é gerar ônus, mas sanar o possível erro a favor da equipe e da empresa.
Em caso de acúmulo de tarefas, o colaborador deve elencar prioridades. O superior imediato deve ser informado sobre o andamento do trabalho, a fim de evitar conflitos ou imprevistos desagradáveis.
Em processos internos, para mudança de cargo, não fazer marketing pessoal. Exponha as suas habilidades pessoais ou competências técnicas no momento e lugar exatos, quando for solicitado e houver necessidade.
Por Rômulo Martins
Fonte: http://carreiras.empregos.com.br