Aprenda a conciliar os dois itens para melhorar sua qualidade de vida e não prejudicar seu desempenho profissional
Horários apertados, rotinas desgastantes, falta de tempo para comer. É nesse contexto em que não há um horário fixo para exercer as funções que um hábito prejudicial à saúde e à vitalidade do profissional já se tornou corriqueiro. Pular refeições ou substituí-las por fast-foods, em alguns casos, mata a fome, mas não proporciona os nutrientes necessários. Então, uma dúvida freqüente daqueles que querem se alimentar corretamente é: Como conciliar boa alimentação, tempo e trabalho na rotina empresarial?
Para explicar como adequar o hábito de se alimentar corretamente num curto espaço de tempo dentro da rotina empresarial, a médica especializada em endocrinologia e nutrologia e mestre em medicina na área de Nutrição e Diabetes pela USP, Ellen Simone Paiva, explica que “o profissional deve reivindicar horários de alimentação como faz com salários e carga horária. De uma maneira geral, as pessoas não reclamam das reuniões marcadas para o horário de almoço e isso impossibilita não somente um dia de bem estar, mas a capacidade laborativa das pessoas. Não há mal nenhum em se trabalhar muito, mas é impossível manter-se bem fazendo jejuns prolongados ou, sua conseqüência natural, passar o dia beliscando pequenas guloseimas”.
O profissional deve ter na manga um “plano B” para manter o organismo em forma. Segundo Ellen, o primeiro passo a ser tomado é se alimentar antes de sair de casa, pois o café-da-manhã é a refeição mais importante do dia. A atitude de se comer antes de ir trabalhar já garante a quebra do jejum noturno com alimentos que podem ser bem selecionados e que respeitem as preferências de cada um. Além disso, ela aconselha que as pessoas levem dois pequenos lanches para o trabalho, que podem reduzir os jejuns prolongados entre as refeições.
Seguem abaixo alguns conselhos importantes para manter uma alimentação balanceada e com os nutrientes necessários para a rotina empresarial:
- O fracionamento das refeições garante normalidade metabólica e fome normal.
- Comemos melhor e somos mais seletivos quando evitamos ultrapassar de 3 a 4 horas sem comer.
- Os lanches intermediários podem ser frutas, iogurtes, barras de cereal e até pequenos sanduíches feitos de pão de forma integral.
- Já o almoço, idealmente, deveria constar de refeição balanceada em restaurantes que podem ser por quilo ou a la carte.
- Substituir o almoço por lanches pode ser uma saída para ocasiões especiais, mas não a regra.
- O cardápio deve ser balanceado e variado.
- Os intervalos, quando ocorrem, devem ser utilizados para se fazer pequenos lanches como já descrito anteriormente.
- Em empresas com máquinas de café, chocolate quente ou capuchino, evite tomar mais que duas unidades em cada período do dia, mesmo que se utilize adoçantes.
Ellen alerta ainda que “deve-se evitar o jejum prolongado, geralmente seguido por grandes ingestões de alimentos. Os dois extremos podem comprometer a capacidade laborativa, uma vez que longos períodos de jejum podem ocasionar quadros de hipoglicemia e as refeições volumosas podem resultar em dificuldades digestivas, ambos comprometem o raciocínio e o bom desempenho profissional das pessoas”.
É certo que a cafeína, quando bem utilizada, não faz mal a ninguém. Um cafezinho no meio da manhã e outro no meio da tarde pode melhorar muito o estado de atenção e a disposição durante o dia de trabalho. Entretanto, quando a ingestão de café é exagerada, pode haver excitabilidade do sistema nervoso e até a dependência da cafeína, com quadros de dores de cabeça que podem ocorrer devido à privação da substância.
Por Renata Silva