Investir na qualidade de vida dos colaboradores resulta em melhor produtividade e satisfação com o trabalho
Quem disse que as políticas que visam ao bem-estar da equipe são exclusividade das grandes corporações? Implantá-las e torná-las efetivas nas pequenas e médias empresas pode ser mais fácil do que parece, devido ao número reduzido de colaboradores. E os resultados tendem a aparecer em forma de qualidade de vida e melhora do desempenho coletivo.
Ana Cristina Limongi-França, docente e diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, define qualidade de vida como “a percepção de bem-estar no ambiente de trabalho, o que envolve aspectos biológicos, psicológicos, sociais e organizacionais”.
Em contraposição, Alberto Ogata, presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida, aponta fatores como obesidade, sedentarismo, tabagismo e alimentação inadequada como aliados do adoecimento e da perda de produtividade nas empresas.
Para enfrentá-los, veja cinco dicas que o ajudarão a promover o bem-estar da equipe.
1. Mudança cultural
Mais do que adotar políticas de qualidade de vida, a empresa precisa criar um ambiente propício para que as mudanças em prol do bem-estar coletivo aconteçam.
“As pessoas devem entender o que estão fazendo e por quê”, afirma Ana Cristina. Os hábitos saudáveis não devem ser encarados como desagradáveis, apenas para melhorar a imagem da organização. “É recomendável consultar os funcionários para saber o que pensam sobre o tema e o que sugerem como práticas de bem-estar”, diz.
2. Ambiente
Higiene, claridade e proteção no trabalho são indispensáveis. “Especialistas em ergonomia e segurança laboral podem ajudar a avaliar a altura correta de cadeiras, apoio de cotovelo e tela de computador, bem como condições ideais de ventilação, temperatura, iluminação e possíveis riscos de acidente”, diz a professora da USP.
3. Cuidados com o corpo
É importante estimular políticas para o bem-estar físico. “Momentos de pausa ajudam a combater o sedentarismo. Se houver espaço para caminhar pela empresa, vale a iniciativa”, afirma Ana Cristina. Ogata também recomenda fazer convênios com planos de saúde para oferecer palestras, avaliações físicas e distribuição de material educativo para os colaboradores.
4. Questões comportamentais
Avaliar o clima organizacional é uma medida saudável para saber como as pessoas se sentem no emprego, em termos de tratamento e relacionamento, e suas expectativas para os próximos cinco anos.
“Isso pode ser feito pelos próprios líderes, por meio de uma boa conversa com os funcionários”, afirma Ana Cristina. Caso sejam notados problemas de convivência, vale contratar um profissional de recursos humanos para conduzir a situação.
5. Equilíbrio entre vida profissional e pessoal
A empresa precisa ter regras claras sobre quantas horas o funcionará deve permanecer em seu ambiente de trabalho ou dedicado à atividade, se estiver trabalhando a distância. Essa é a condição para ele dividir bem o tempo entre as obrigações profissionais, a família e a própria educação. “O colaborador deve ser estimulado a ter um hobby e momentos de lazer fora da organização e a investir em cursos”, diz Ana Cristina.
Ogata acrescenta que horários flexíveis também permitem ao colaborador cuidar dos filhos e fugir dos congestionamentos. “Não custa nada e contribui muito para a qualidade de vida”, afirma. O especialista sugere que as empresas façam parcerias com entidades como o Sesi ou Sesc, que, por um preço acessível, oferecem atividades esportivas, jogos e eventos culturais.