Segundo especialistas, se o trabalho não traz satisfação pessoal é preciso se planejar para mudar de área.
Você descobriu que a carreira escolhida não traz a satisfação desejada e resolve mudar de profissão. Cuidado! É preciso ter certeza de que esta é a melhor atitude a ser tomada. É necessário também ter consciência dos riscos que esta decisão poderá acarretar e se preparar para lidar com eles.
Antes de agir, portanto, saiba qual é a real causa do descontentamento. “Muitos profissionais confundem a insatisfação no trabalho com a pessoal ou com o clima organizacional. Chegam a pensar que não gostam do que fazem quando, na verdade, o motivo para a falta de satisfação está no ambiente empresarial”, afirma Vanessa Novais, gerente de planejamento de carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos.
Agora, se você está exaurido e descobriu que a profissão atual de fato não traz satisfação pessoal, antes de deixar o cargo é necessário se planejar para encarar os desafios na busca por um novo trabalho. Para a professora Janete Teixeira Dias, coordenadora do Centro de Carreira do INPG (Instituto Nacional de Pós-Graduação), o profissional precisa criar planos alternativos e viáveis, baseados na movimentação do mercado:
“É a partir da leitura do cenário atual e da visão dos desdobramentos deste cenário, em termos de futuro, que o profissional poderá elaborar um diagnóstico mais preciso de suas reais necessidades. Para isso, é preciso estar constantemente bem informado sobre os aspectos que permeiam o ramo de atuação escolhido. É importante cruzar informações, ver as influências entre as áreas, as movimentações políticas, as questões ambientais, econômicas e sociais que possam interferir em sua escolha”.
Começar de novo
Segundo especialistas, pessoas que desejam seguir uma nova profissão devem se preocupar com formação técnica. A sugestão são os cursos de pós-graduação ou de atualização profissional. Se o investimento não couber no orçamento, a orientação é poupar dinheiro antes de iniciar o estudo. Além de gerar conhecimento, uma pós-graduação é uma boa oportunidade para o profissional criar seu network.
Para Olavo Henrique Furtado, coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios, manter contato com profissionais da área pode ser fundamental: “Ao pensar em preencher uma vaga, primeiro a empresa vai convidar alguém próximo. Depois ela vai recorrer às indicações para, finalmente, utilizar os instrumentos de seleção e recrutamento do mercado”.
Todavia, o conhecimento técnico pode não ser suficiente. Hoje a maioria das organizações exige experiência. Para suprir essa necessidade, o trabalho voluntário pode ser uma boa alternativa. Especialistas em gestão de carreira afirmam que experiências anteriores também podem ser consideradas diferenciais para os profissionais que desejam mudar de profissão, já que a bagagem técnica e os aspectos comportamentais adquiridos em outras funções contribuem no exercício de uma nova função.
No entanto, o profissional tem de estar consciente de que nenhuma mudança está imune ao perigo. “O profissional vai ter de assumir riscos. Pode ser que ele ganhe menos em outra profissão e que ele perca status. Em tese, sairá da zona de conforto para entrar na zona de risco”, adverte Vanessa Novais, da Ricardo Xavier Recursos Humanos.
Para Janete Dias, do INPG, apesar dos riscos, quando o trabalho custa a satisfação pessoal, a mudança é necessária: “Cada indivíduo é responsável por alavancar transformações em sua trajetória profissional, ao invés de ficar estagnado, esperando que algo ou alguém se responsabilize por seu sucesso no trabalho”.
Por Rômulo Martins