Criada em novembro, a Mude Verde quer lucrar com brasileiros “nômades” e já planeja a abertura de franquia
Os livros escolares mostram que o ser humano pré-histórico não tinha residência fixa e vivia vagando pela Terra. Mas a opinião de uma empresa brasileira é que nômades somos nós, os homens modernos. Criada em novembro do ano passado, a Mude Verde tem a proposta de alugar caixas de plástico para mudanças e oferecer uma alternativa prática e sustentável às caixas de papelão.
De acordo com Sérgio Viriato, sócio-diretor da empresa, a inspiração para a Mude Verde surgiu de modelos semelhantes criados nos Estados Unidos e no Canadá, além da percepção de que boa parte das famílias brasileiras se muda constantemente. “O aluguel de caixas para mudanças surgiu em 2008, nos Estados Unidos, sendo realizado por pequenas empresas. Depois, os canadenses começaram a franquear o negócio. As pessoas não têm ideia do potencial desse mercado no Brasil”, afirma Viriato.
Os interessados em alugar as caixas da Mude Verde não precisam se preocupar em retirar e devolver as caixas. Basta fazer o pedido do aluguel no site da empresa, e as caixas serão entregues na data solicitada. Depois da mudança, a empresa vai até o novo endereço para pegá-las de volta. O valor do aluguel varia conforme o tempo que as caixas ficam com o cliente e o número de unidades solicitadas: quanto maior a quantidade e o tempo do empréstimo, menor o preço diário por caixa, que sempre fica na casa dos centavos.
Além da comodidade, a Mude Verde quer se posicionar como uma opção sustentável quando se fala em mudanças, já que o “uso retornável” das caixas de plástico diminui o consumo dos recipientes de papelão normalmente utilizados nessas ocasiões. “Fica mais barato alugar o nosso serviço do que comprar caixas de papelão, que podem custar até R$ 9”, afirma Viriato.
Mudança de cultura
Como as primeiras empresas semelhantes à Mude Verde têm cinco anos de existência e foram criadas no exterior, o conceito de aluguel de caixas para mudanças não é muito familiar à população brasileira. Para superar essa barreira, o diretor comercial da empresa, Carlos Araújo, aposta no aumento da procura dos brasileiros por produtos e práticas sustentáveis. “A aceitação das caixas é quase uma mudança de cultura, mas as pessoas estão mais conscientes sobre a situação do planeta, e a aceitação da sustentabilidade é cada vez maior”, diz.
Já Viriato ressalta o potencial do segmento e o público-alvo da Mude Verde, mais acostumado com o conceito de sustentabilidade. “Nossa meta é alugar 24 mil caixas por semana, número que abastece apenas 2% das famílias das classes A e B que se mudam nos 20 maiores municípios do país.”
Franquias
Atualmente, a Mude Verde tem um depósito em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. Como há o compromisso de levar e recolher os produtos, a princípio a cobertura da empresa se limita apenas a deslocamentos dentro desses municípios e a trajetos entre as duas cidades.
Para poder ampliar as cidades atendidas pelo serviço, a Mude Verde aposta na abertura de franquias em diferentes pontos do Brasil. “Ao contrário das empresas estrangeiras em que nos inspiramos, queremos começar a franquear logo”, afirma Viriato. Segundo ele, a procura de eventuais franqueados é grande, e três unidades já estão em fase de formatação.
A maior parte dos detalhes para a assinatura dos contratos ainda não foi definida, mas Viriato adianta que serão necessários apenas um depósito para o armazenamento e um veículo para o transporte das caixas. Cada franqueado terá o estoque mínimo de mil caixas e o investimento inicial será de aproximadamente R$ 150 mil.
Por Adriano Lira – 06/08/2013
Fonte: http://revistapegn.globo.com/