Com instabilidade nos mercados financeiros e cenário de juros baixos, a aquisição de obras de arte ganha força entre os não milionários
São Paulo – Em alta nos últimos anos, o mercado de arte deixou de ser hobby de milionários e vem despertando o interesse de pessoas que buscam as obras como forma de investimento. De acordo com a Associação Brasileira de Arte Contemporânea, o volume dos negócios nesse segmento cresceu 44% nos últimos dois anos.
O dentista Dario Zito coleciona obras de arte desde 2006, ano em que fez a primeira aquisição, quando estava decorando seu apartamento. “Começou como uma brincadeira. Achava que obra de arte era muito caro, até um amigo me levar a uma galeria.” Após algumas visitas, ele comprou uma obra da artista carioca Ana Holck, por 900 reais. Hoje, seu valor aumentou cerca de dez vezes.
Desde então, ele investe em obras de arte. Com mais de 200 peças em sua coleção, Dario diz que algumas valorizaram e outras depreciaram, mas, somando tudo, os investimentos alcançaram o triplo do valor inicial.
Segundo pesquisa do economista Ricardo Ratner Rochman, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), a tendência para o valor das obras de arte tem sido de alta.
“Nossa pesquisa está captando que cada vez mais as obras de arte são usadas como investimento. Entre outras vantagens, elas oferecem proteção contra a inflação, pois seu preço sobe com o resto da economia”, afirma.
Ricardo elaborou um índice com base nas negociações realizadas na Bolsa de Arte, que promove leilões de arte moderna e contemporânea no Rio de Janeiro e em São Paulo, e concluiu que a valorização das obras de arte nos últimos sete anos ultrapassou a do Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores.
A tendência também foi captada pelos números da The Finest European Art Foundation (Tefaf), uma das mais importantes feiras internacionais do setor.
Leia mais aqui.