Os brasileiros poderão consumir neste ano até R$ 1,55 trilhão em produtos, como artigos para a casa, alimentação, vestuário, itens de uso pessoal, gasto com automóvel, medicamentos, educação e serviços pessoais. O número representaria um aumento de 10,2% em relação a 2012, segundo levantamento do Ibope obtido pela Folha.
O estudo leva em conta o salário médio dos brasileiros e o dispêndio médio familiar por mês. “Estamos em pleno emprego, com salários maiores, por isso o potencial de consumo tem aumentado ano a ano”, afirma Márcia Sola, diretora de geonegócios do Ibope.
Apesar disso, boa parte do potencial de crescimento do consumo dos brasileiros neste ano reflete o aumento nos preços. “A inflação acelerou em 2013 e fez com que o repasse de preços representasse cerca de 5,6 ponto percentual [dos 10,2% previstos] no crescimento potencial do consumo dos brasileiros neste ano”, diz Márcia.
O mercado projeta que o IPCA (indicador oficial de inflação) feche 2013 com alta de 5,83%, segundo o último boletim Focus, do Banco Central. Os preços em alta fazem com que o consumidor gaste mais, mas não necessariamente compre mais coisas.
Setores
Os gastos com automóveis particulares devem ser os maiores em 2013, entre todos os segmentos avaliados pelo Ibope.
Ao todo, os brasileiros podem gastar até R$ 278 bilhões neste ano entre aquisição, manutenção, taxas, seguro e combustível para automóveis. No ano passado, a cifra era de R$ 261 bilhões.
Já o gasto dos consumidores com alimentação no domicilio pode chegar a R$ 250 bilhões neste ano, enquanto o gasto com alimentação fora do domicilio pode atingir R$ 128 bilhões. Em 2012, os valores eram de R$ 221 bilhões e R$ 116 bilhões, respectivamente.
As despesas com vestuário e material de construção podem atingir R$ 129 bilhões e R$ 119 bilhões, nesta ordem, sendo que, no ano passado, as cifras eram de R$ 109 bilhões cada.
Endividamento
O maior poder de compra dos consumidores também contribui para o endividamento das famílias. Especialistas consultados pela Folha alertam que é preciso tomar alguns cuidados para não comprometer o orçamento.
Para evitar que isso aconteça, o consultor financeiro Mauro Calil recomenda controlar as contas, estabelecer metas de consumo e poupar mensalmente para atingi-las.
“São algumas medidas simples, porém essenciais para conquistar uma vida financeira saudável, longe do superendividamento”, diz.
De acordo com Calil, é recomendável que o consumidor evite usar meios mais caros –com juros maiores– para efetuar pagamentos, como cartões de crédito e cheque especial.
Fonte: Folha.com