O interesse dos consumidores em reformar a casa também deverá impulsionar a economia até dezembro
Os meses do “B-R-O Bró” são, tradicionalmente, os mais rentáveis do ano para o varejo devido às festas natalinas. De acordo com os economistas, cerca de 30% do faturamento anual do comércio se concentra entre setembro e dezembro. Artigos de consumo pessoal, como roupas e calçados, são líderes de venda no período e, neste ano, gerentes das lojas de calçado apostam em um crescimento de até 30% das vendas no ramo.
“A expectativa é um aumento de 10% a 15% das vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Só em uma das sedes da loja, 34 vagas para funcionários temporários estão abertas para o fim do ano e 16 já foram ocupadas”, afirma Carlos Fernandes, 44, gerente da Casa Pio localizada na Praça do Ferreira, no Centro.
Já o gerente da loja BanBan Calçados, Luiz Guilherme, 29, é mais otimista: “Prevemos um crescimento de 20% a 30% do consumo. Com a inauguração dos Shopping Parangaba e North Shopping Jóquei, a demanda do consumidor também sobe”.
A novidade é o crescente interesse do consumidor em reformar a casa no fim do ano. De acordo com informações divulgadas pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil nesta semana, os gastos com moradia ocupam o segundo lugar no ranking das principais despesas do brasileiros.
“Além de movimentar o varejo, como já é tradicional nessa época, as comemorações de fim do ano também aumentam o crescimento das reformas residenciais. Nos últimos anos, os brasileiros têm se interessado em organizar e adornar a casa para as festas”, explica o economista e consultor Alex Araújo.
Vagas temporárias
“Cerca de 80% das atuais vagas disponíveis no mercado são para o comércio. A partir de dezembro, o segmento de serviços absorve esses cargos”, esclarece o diretor de Estudos e Pesquisas do IDT, Papito de Oliveira.
Efetivados
Segundo informações do IDT, 20% dos empregados temporários são efetivados nos estabelecimentos comerciais. “Isso só depende do empenho e da iniciativa pessoal. É importante desenvolver a atenção ao cliente, as formas de abordagem e, principalmente, ter informações sobre o produto vendido”, declara o diretor do órgão.
O número de vagas temporárias tende a crescer no País. Uma pesquisa realizada pelo SPC aponta que 43% dos empresários farão contratações informais neste fim de ano. Ainda segundo os dados, cerca de 50% desses funcionários vão receber um salário mínimo por mês.
Primeiro emprego
Como a maioria dos empregadores não exige experiência para cargos temporários, o período pode ser uma boa oportunidade para quem está procurando o primeiro emprego. “Investir em cursos de qualificação e línguas estrangeiras é importante para o jovem que busca oportunidade de emprego. Valorizar a comunicação também aumenta as chances de contratação”, ressalta Papito de Oliveira.
Fonte: Diário do Nordeste (editado)
Foto: Helosa Araújo