Indústria não receberá mais incentivos em 2014

5 de fevereiro de 2014

industria_Foto_SXC-Creative CommonsVai ser uma tarefa difícil o governo conseguir espaço para promover novos incentivos pontuais à indústria em 2014, na avaliação do economista da LCA, Rodrigo Nishida. “O cenário em 2014 está bem complicado. A política monetária está cada vez mais restritiva, estamos vendo um ciclo da elevação da Selic desde abril e os incentivos não virão por este canal”, afirmou. O economista disse ainda que mesmo a política fiscal, que tem sido mais expansionista desde o fim de 2012, com desonerações na folha de pagamento e redução do IPI para a indústria, agora “possui um espaço muito reduzido” para novas ações. “O governo está sendo muito cobrado para melhorar a sua política fiscal, inclusive para retirar estímulos”, reforçou, lembrando que, apesar de terem subido, as alíquotas do IPI continuam abaixo do nível original. “É um cenário complexo”, disse.

Segundo Nishida, uma saída para ajudar a indústria seria continuar e reforçar a realização de concessões. “As concessões estimulam investimento em toda a cadeia da indústria e podem estimular a produção”, disse. Ele destacou que investir em infraestrutura também traz reflexos diretos na competitividade da indústria. Apesar do cenário complexo, o economista afirmou que a perspectiva é de uma “pequena melhora” na produção industrial de 2014 por conta, principalmente, da demanda externa. “Acreditamos que uma melhora na economia dos Estados Unidos, do Japão e de alguns países da Europa deve ter impacto positivo na indústria nacional”, disse.

Segundo ele, a desvalorização do real também pode ajudar a tornar os produtos brasileiros mais competitivos. “Devemos ter em 2014 uma evolução mais acentuada que 1,2%”, afirmou, referindo-se à alta da produção industrial do ano passado, número divulgado nesta terça-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para janeiro, de acordo com o economista, a expectativa para a produção industrial é de uma alta dessazonalizada de 3% na margem. “Normalmente depois de um mês com queda acentuada, como foi dezembro, temos uma devolução no mês seguinte”, afirma. Segundo o IBGE, a produção industrial caiu 3,50% em dezembro de 2013 ante novembro, na série com ajuste sazonal.

Fonte: O Estado de São Paulo