“São dois fatores que vão impactar muito positivamente alguns setores, mas nem tanto outros”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro
A Copa do Mundo e as eleições devem impactar o resultado do setor varejista neste ano, segundo o presidente daConfederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro. Ele destacou, entretanto, que ainda não é conhecido o tamanho desse impacto. “São dois fatores que vão impactar muito positivamente alguns setores, mas nem tanto outros”, afirmou.
Mesmo com esses fatores atípicos, a CNDL acredita que o crescimento das vendas neste ano ficará entre 4% e 4,5%, próximo aos 4,12% registrados em 2013. Os setores de supermercado e de eletrônicos devem ter impactos positivos devido a esses eventos, segundo a CNDL, devido a alta nas vendas de televisões e de alimentos. “A inflação de alimentos mais controlada neste ano também ajuda”, apontou Pellizzaro.
Um efeito ruim do evento esportivo deste ano são os feriados em dias de jogos, segundo os lojistas. “Ninguém sabe mensurar os impactos disso ainda sobre as vendas, mas haverá”, disse. Pellizzaro explica que, se for decretado feriado municipal nos dias de jogos, as lojas dificilmente terão formas de funcionar no dia.
Pellizzaro lembrou que as eleições também podem afetar a economia brasileira. “Estamos vivendo dilema que afeta o dia a dia de todo mundo que é a inflação. Os mecanismos de controle da inflação têm decisão política muito forte. O governo precisa tomar decisões que podem não ser tão simpáticas num primeiro momento”, disse. “A simples alta de taxas de juros não está resolvendo problema inflacionário. O governo precisa fazer a parte dele quanto à melhora fiscal.”
Liquidações
O fraco resultado das vendas no varejo em dezembro levou o resultado de janeiro a ficar acima das expectativas, segundo Roque Pellizzaro. “Como as vendas de dezembro ficaram aquém das expectativas, os estoques das lojas passaram um pouco de onde deveriam estar e as liquidações de janeiro foram muito mais fortes neste ano”, explicou. O calor muito forte também manteve em alta a venda de vestuários em janeiro, segundo ele.
Para a inadimplência, a expectativa é que termine 2014 entre 2,5% e 3%, pouco acima dos 2,33% registrados em 2013. Em janeiro, a inadimplência subiu 7,84% em janeiro ante o mesmo mês do ano passado. “Historicamente a inadimplência cresce muito em janeiro em virtude do desarranjo orçamentário das famílias no fim do ano”, afirmou Pellizzaro.
Ele lembrou, entretanto, que a inadimplência vem desacelerando nos últimos três anos. “Isso também demonstra que inadimplência está realmente se acomodando sob novo patamar, muito melhor do que a gente tinha.”
Pellizzaro disse que o mercado brasileiro está mais amadurecido. “O mercado brasileiro amadureceu no aumento da renda, na empregabilidade e principalmente no crédito. Não conseguimos ver em 2013 aumento expressivo na concessão de crédito e isso deve continuar em 2014”, disse. “A inadimplência ficará em patamares aceitáveis em 2014.
Vejo amadurecimento do mercado de concessão de crédito, tanto o rigor na hora de conceder crédito, quanto por parte dos tomadores, que estão mais cautelosos em relação ao seu orçamento.”
Fonte: Época Negócios – Online