Foi o maior ingresso de recursos no país desde novembro do ano passado. No acumulado do ano, até 4 de abril, houve entrada de US$ 159 milhões
A entrada de dólares superou a retirada de moeda estrangeira no país em US$ 2,3 bilhões em março, informou o Banco Central nesta quarta-feira (9). Foi o maior ingresso de recursos, para um mês fechado, desde novembro do ano passado, quando a quantia foi de US$ 2,54 bilhões.
O ingresso de dólares no país aconteceu em um mês marcado por uma captação de recursos no exterior, no valor de US$ 8,5 bilhões, pela Petrobras. Entretanto, não há confirmação de que a empresa teria de fato trazido esses recursos – ou parte deles – para o Brasil.
No acumulado deste ano, até 4 de abril, ainda segundo informações da autoridade monetária, foi registrado o ingresso de US$ 159 milhões no país. Isso representa pequena melhora frente ao mesmo período do ano passado – quando houve a retirada de US$ 943 milhões da economia brasileira.
Efeito na cotação do dólar
A entrada de recursos no país, registrada em março, favorece, em tese, a queda do dólar. Isso porque, com mais moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia a ficar menor. No mês passado, de fato, a moeda registrou desvalorização. No fechamento de fevereiro, o dólar estava cotado em R$ 2,34, recuando para R$ 2,26 no fim de março – um recuo de 3,22%.
Outros fatores que influenciam a cotação
A variação do dólar no Brasil também está relacionada, segundo economistas, com a decisão do Federal Reserve (BC dos Estados Unidos) de retirar gradualmente os estímulos da economia norte-americana e com a perspectiva de uma acomodação do crescimento em um patamar menor do que o registrado nos últimos anos na China.
Os analistas avaliam, porém, que a cotação do dólar registrada neste ano também tem relação com a piora das contas externas e das contas públicas. Uma eventual valorização do dólar pode preocupar o BC, uma vez que tende a contaminar a inflação por meio do encarecimento de importados.
Além disso, outro fator que também tem impacto na cotação da moeda norte-americana são os leilões de contratos de “swap cambial” pelo Banco Central – instrumentos que funcionam como uma compra de dólares no mercado futuro, com impacto no preço do dólar no mercado à vista.
Fonte: G1