Só 16% dos empresários estão otimistas com a Copa

16 de abril de 2014

A constatação é de uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil e pela CNDL

Apenas 16% dos empresários do comércio de Fortaleza estão otimistas em relação ao aumento das vendas durante a realização da Copa do Mundo de 2014. Considerando as cidades-sede dos jogos, o otimismo local é menor que o registrado em Salvador (19%), mas é um pouco maior que o anotado em Recife (15%). Em todo o País, 56% dos empresários do ramo de comércio e prestação de serviços têm a expectativa de aumentar suas vendas no período.

A constatação é de uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), divulgada ontem. Conforme o estudo, os empresários cariocas são os mais otimistas, com pelo menos 45% dos entrevistados acreditando que o volume de vendas crescerá muito durante os jogos. Por outro lado, dentre os mineiros e paulistas, apenas 8% e 5%, respectivamente, acreditam num crescimento muito elevado ao longo da realização do evento esportivo.

Em todo o País, o levantamento também detectou distintos graus de otimismo por segmentos pesquisados. Os empresários do setor de hotelaria são os que têm melhores perspectivas de lucratividade durante a realização do torneio no Brasil.

Quase 70% dos entrevistados gestores ou donos de empreendimentos na área de hotelaria, pousadas e albergues acreditam que o seu setor será um dos que mais lucrará com a Copa. Empresários do setor de lazer (56%), alimentação (55,6%) e transporte (38,2%) também estão otimistas, mas em menor escala.

Em posição oposta, está o setor do comércio. O percentual dos que avaliam que o seu segmento será um dos que menos vai lucrar (27,5%) é maior do que os que projetam grande faturamento nas vendas (23,8%).

Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, os feriados decretados em dias de jogos e o horário reduzido de funcionamento de alguns estabelecimentos comerciais explicam, em parte, o pouco entusiasmo dos comerciantes com a realização da Copa. Exemplo disso é que o comércio figura como o segmento em que mais empresários reduzirão o horário de atendimento ao público quando as seleções estiverem em campo: 19% nas lojas de rua e 20% nas lojas localizadas nos shopping centers. Por outro lado, a maior parte dos empresários do ramo de transporte e lazer ampliará o horário de atendimento (33% e 34% dos casos, respectivamente).

“O turista que vem para a Copa não está interessado exatamente em comprar, mas sim em gastar com lazer, alimentação, transporte e atrações turísticas. Por isso que os segmentos apresentam percepções diferentes quanto à realização da Copa”, justifica Pellizzaro Junior.

Preparação

O estudo também detectou o grau de preparação dos empresários para a Copa. Seis em cada dez (63%) empresários entrevistados não fez e nem irá fazer modificações ou investimentos no próprio negócio em função da Copa do Mundo. Dois em cada dez (19%) pretendem se preparar, mas ainda não começaram e 18% já estão preparados.

Entre os que mais se preparam ou pretendem se preparar, estão os empresários de Fortaleza (81%), seguidos por Recife (72%) e Salvador (59%).

Fonte: Diário do Nordeste