Aumento do turismo não foi suficiente para expandir as vendas no comércio, que caíram pelo quarto mês seguido
O indicador de vendas a prazo calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) repetiu o comportamento de baixa verificado nos últimos quatro meses e recuou 2,06% no mês de junho, em relação ao mesmo período de 2013.
Na avaliação do presidente da CNDL, Roque Pellizaro Junior, a coincidência do Dia dos Namorados – a terceira melhor data em faturamento para os comerciantes – com o dia de abertura da Copa do Mundo e os feriados decretados em função do torneio afastaram os consumidores dos estabelecimentos de compras, prejudicando o desempenho das vendas.
“Parcela considerável de trabalhadores foi dispensada pelas empresas no meio da tarde e algumas partidas foram realizadas no sábado, que é considerado um dos dias que mais movimentam o varejo. Além disso, o gasto do consumidor com bens de ticket médio maior, geralmente parcelados, perdeu espaço para produtos temáticos da Copa e em especial, para os alimentos e bebidas, que em geral são pagos a vista”, comenta Pellizzaro Junior.
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o encarecimento do crédito, a baixa confiança dos consumidores e a inflação em patamar elevado também contribuíram para o resultado. “Os dados reforçam a tendência de perda de fôlego da atividade econômica. Há queda generalizada entre os principais indicadores de confiança da economia, influenciada pelo aumento dos juros, pela inflação resistente e pelo crescimento moderado da massa salarial”, afirma Marcela.
Perdas no semestre
O fraco resultado das vendas a prazo também se repetiu no consolidado do ano. No acumulado do semestre, frente à igual período de 2013, as vendas parceladas acumulam queda de 1,45%. Já na comparação mensal, em geral mais volátil, as vendas caíram 3,71% sobre o mês de maio.
Metodologia
O Indicador de vendas a prazo do Serviço de Proteção ao Crédito tem abrangência nacional e é construído a partir do volume de consultas mensais realizadas por estabelecimentos comerciais à base de dados do SPC Brasil.
Fonte: CNDL