Como o preço do gás de cozinha não é tabelado, os aumentos estão ocorrendo gradativamente
Desde segunda-feira, o gás Liquefato de Petróleo (LP), mais conhecido como o gás de cozinha, começou a ser comercializado em um percentual médio de 12,5% mais caro, em todo o estado. O aumento está ocorrendo em grande parte das revendedoras do botijão, devido ao dia 1º de setembro ser a data-base do reajuste salarial da categoria de trabalhadores de revendas do Gás LP.
Por conta do aumento de despesas que as revendedoras estão tendo com os trabalhadores, o preço do gás também sofreu uma variação, que, a depender da revendedora, pode chegar a R$ 4.
Em Salvador, o produto estava sendo vendido por um preço médio de R$ 40. Com o atual reajuste, essa média de preço poderá chegar até R$ 45.
Como o preço do gás de cozinha não é tabelado, os aumentos estão ocorrendo gradativamente, e, por esta razão, não foi sentida por todos os consumidores.
Mas, para alguns moradores da capital baiana que precisaram trocar de botijão recentemente – ou irão fazê-lo nos próximos dias –, o aumento já não chegou como uma boa notícia.
“Eu já estou acostumada com esses aumentos ocorrendo todos os anos, mas, claro, eles nunca vêm como boas notícias para a economia da casa. Como eu moro numa rua onde passam muitos revendedores, posso escolher o mais barato e é isso que continuarei a fazer”, explicou a podóloga Valdinéia Alves de Lima, que mora em Sussuarana.
Enquanto isso, pessoas que já utilizam o Gás LP além do espaço doméstico, a situação será um pouco diferente. Telma Conceição é dona de um restaurante que fica em Cajazeiras 8 e consome de 2 a 3 botijões por mês. Após o aumento de R$ 40 para R$ 45 por cada bujão, a proprietária já calcula um possível aumento de preço no cardápio.
“Ninguém gosta de pagar por um preço mais caro, independentemente do serviço, porém acho que não teremos outra solução para manter o restaurante”, comentou Telma, que ainda não sabe em quanto será o aumento de preço do almoço que é servido todos os dias no seu estabelecimento.
NOTA
O Sindicato Nacional de Empresas Distribuidoras de Gás Liquefato de Petróleo (Sindigás), contudo, nega que o aumento tenha ocorrido de forma generalizada.
Em nota, a entidade afirmou que “os preços do Gás LP são livres em todos os elos da cadeia. Não há tabelamento e, por isso, os preços sofrem variações para cima e para baixo de maneira não uniforme. As distribuidoras associadas não reportam ao Sindicato qualquer aumento ou baixa de preço. Dia 1° de setembro é a data-base de reajuste salarial da categoria de trabalhadores de revendas de Gás LP, ocasionando um inevitável aumento de custos para as distribuidoras, com eventual impacto na formação dos preços ao consumidor final. Contudo, não há qualquer indicativo de reajuste de preços generalizado. Como o mercado tem autonomia para fixar seus preços, cabe ao consumidor pesquisar aquele revendedor que tem condições comerciais mais vantajosas”.
AUMENTO DO ÁLCOOL
Enquanto isso, após o aumento da gasolina e do gás de cozinha, outro produto que sofreu uma grande variação de preço foi o álcool combustível. A Bahia foi o estado brasileiro que teve a maior alta no preço do álcool, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). O aumento foi de 3,6%.
No entanto, o presidente do Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniência do Estado da Bahia (Sindicombustíveis), José Augusto Costa explica que esse aumento não remete ao preço geral do combustível no estado, que, segundo ele, está entre os mais baratos do país.
“O que ocorreu foi uma situação onde há grande flutuação de preço, por conta da concorrência entre os postos, e no qual houve um retorno ao preço convencional. Contudo, o preço do etanol na Bahia só está mais alto do que naqueles estados onde há grande produção do combustível”, explicou ele.
O litro do etanol, na Bahia, pode ser achado numa média de preço que varia de R$ 2,35 e R$ 2,49. Segundo a ANP, o preço mínimo registrado no país foi em São Paulo, R$ 1,56 o litro, e o máximo no Acre, onde o litro do combustível chega a R$ 3,20.
Fonte: Tribuna da Bahia