Beleza é setor da indústria que não sabe o que é crise

6 de outubro de 2014

O aumento da renda nos últimos anos e o bem- estar proporcionado por produtos desse segmento são alguns dos fatores que ajudam a explicar o bom desempenho

belezaO setor de higiene e beleza não tem do que reclamar. Diferentemente de outros segmentos que reduziram a produção e chegaram a suspender o trabalho de seus funcionários, a atividade teve incremento de 7% na produção frente ao mesmo intervalo de 2013. O faturamento aumentou 12,6% e chegou a R$ 19,5 bilhões, enquanto o faturamento real da indústria brasileira caiu 1%, conforme levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O aumento da renda nos últimos anos e o bem- estar proporcionado por produtos desse segmento são alguns dos fatores que ajudam a explicar o bom desempenho, conforme o professor de economia da Universidade Fumec Alexandre Pires. “O brasileiro valoriza a estética, a beleza. Além dos produtos, o número de academias cresceu bastante nos últimos anos”, analisa o professor.

A Natura é uma das empresas que obtiveram bons resultados nos primeiros seis meses de 2014, com R$ 3,358 bilhões de receita líquida, crescimento de 9,5% nos primeiros seis meses de 2014 em relação ao mesmo período do ano anterior.

O diretor regional Sul- Sudeste da Natura, Daniel Levy, observa que o mercado mantém ritmo de crescimento acima da inflação. “Embora o aumento seja inferior ao observado nos últimos anos, é um crescimento atrativo”, aponta.

Em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, a Ideal Cosméticos registrou crescimento real no primeiro semestre entre 5% e 10%, conforme o diretor comercial da empresa, Fábio Henrique Rago Lemos. Para este ano, a perspectiva da indústria – que possui mais de 200 itens cujo carro-chefe é a linha de produtos para as unhas – é de ter alta de 10% nas vendas.

A Kapeh Cosméticos, localizada em Três Pontas, no Sul de Minas, registrou crescimento nas vendas de cerca de 50% frente aos primeiros seis meses de 2013, segundo a sócia da indústria, Vanessa Vilela.

De acordo com ela, a ampliação dos canais de venda, incluindo o de franquias e multimarcas, além do desenvolvimento de novos produtos, são alguns dos motivos do incremento na comercialização. “Nos últimos dez anos, o crescimento do setor está acima de dois dígitos, bem acima da média geral. Fruto de diversos motivos, entre eles o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho”, diz.

Nas lojas

No varejo, o setor mantém bons números. “Tivemos um crescimento de 27% no primeiro semestre. Nossa meta é de 30% ao ano, e acredito que chegaremos a esse valor neste segundo semestre, por ser um período de maior consumo, em razão do Natal e do cuidado em preparar o corpo para o verão, quando ele fica mais exposto”, diz o franqueado da Adcos na região metropolitana, Guerra Filho. O empresário decidiu há oito anos apostar no mercado mineiro e abriu a franquia. Hoje, é o maior franqueado da marca na região.

Fonte: Varejista.com (O Tempo – Economia)