Saiba como equilibrar dívidas e presentes com o 13º

18 de novembro de 2014

Especialistas dão dicas para aproveitar o bônus sem ficar apertado

Presente
Divulgação

Pagar contas ou dar presentes? Para os especialistas em finanças pessoais, a chegada do 13º salário permite fazer as duas coisas, sem prejuízo ao orçamento doméstico. Mas uma pesquisa do SPC Brasil mostra que a maioria dos brasileiros quer mesmo ir às compras: 55% vão gastar parte do bônus de fim de ano com presentes e 27% vão usar todo o dinheiro para agradar amigos e parentes.

O SPC Brasil entrevistou 624 pessoas, de todas as classes sociais, nas 27 capitais. Enquanto 82% vão, de algum modo, usar o 13º para presentes, 18% afirmam que vão usar o dinheiro para outros fins. A orientação dos economistas é que qualquer sobra de renda deve ser destinada primeiro ao pagamento de dívidas. “Se a pessoa não está devendo, deve fazer desse ‘extra’ uma reserva. Seja para as contas do início do ano ou para imprevistos”, ensina a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Ela lembra que as principais causas do alto endividamento são descontrole financeiro e eventos não esperados, como casos de desemprego e doenças na família. Leia Também SPC: 82% devem gastar 13º salário em compras de Natal

Dados da pesquisa apontam que parte dos consumidores já entendeu a importância de pôr as contas em dia. Entre os que declararam que não vão gastar o bônus em compras, 46% pretendem economizar, poupar ou investir; e 24% vão usar o dinheiro para pagar dívidas. Já 14% vão utilizá-lo para viajar e 5% ainda não decidiram para onde vão direcionar essa receita. A aposentada Rosemere Morais, 57 anos, está no time dos que preferem ficar no “azul”. Quando os filhos eram pequenos, ela guardava para comprar o material escolar. Agora, usa para pagar o IPTU e eventos que possam acontecer em janeiro, como uma viagem. “Não gasto nem com roupa nem com sapato. Acho o Natal uma data muito comercial”, diz Rosemere.

Já o garçom Marcos Pereira, 45, vai usar o dinheiro para pagar as faturas de dezembro. Mas confessa que, com o Natal, acabará fazendo novas dívidas para janeiro.

PAPAI NOEL

Para Marcela Kawauti, a decisão de Marcos não é uma boa opção. “Não é nada bom pagar as contas com o décimo e estourar o limite do cartão de crédito ou ficar devendo de outras maneiras com as compras de Natal.” Tanto ela quanto o coordenador do curso de administração da Faculdade dos Guararapres, o economista Aluísio Gondim, aconselham que as compras podem ser financeiramente saudáveis se feitas com o mínimo de planejamento e bom senso. Uma dica é definir um orçamento que caiba nas contas. “Saia de casa com um valor máximo a ser gasto com presentes e com uma lista de compras”, orienta Gondim. A medida simples evita a compra por impulso e que se gaste mais do que se tem.

Fonte: Jornal do Commercio Online