Rendimento do empregado formal é de R$ 1.921, contra R$ 1.093 do informal
O número de trabalhadores com carteira assinada no Brasil cresceu 47,8% entre 2004 e 2009, chegando a 55,3 milhões de brasileiros. Já a população ocupada em trabalhos informais (sem carteira assinada ou que atuam por conta própria) caiu 10,1% no mesmo período, chegando a 40 milhões de brasileiros. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar da alta no emprego formal, o estudo Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira em 2014 revela que o rendimento médio desse trabalhador regularizado cresce de forma mais lenta que o dos trabalhadores no mercado informal.
Nesse período de nove anos, o salário do trabalhador com carteira assinada cresceu 26,7%. Já os trabalhadores sem carteira viram seus salários subirem 51,8%.
Mesmo assim, o estudo do IBGE destaca que o rendimento médio do trabalhador formal é bem maior que o do trabalhador informal: R$ 1.921 e R$ 1.093, respectivamente.
Perfil do trabalhador informal
Entre as pessoas em trabalhos informais, 62% tinham até oito anos de estudo, mais de 70% eram empregado sem carteira ou por conta-própria e 27% estavam na agricultura.
O perfil das pessoas em trabalhos informais indica uma proporção um pouco maior de mulheres nesta condição (42,7%). Contudo, a distância entre as taxas por sexo se reduziu nos últimos anos. Em 2004, o percentual de homens e mulheres em trabalhos informais era 52,6% e 56,7%, respectivamente. Já em 2013, essa diferença era cerca de um ponto percentual (41,5% e 42,7%, respectivamente).
Em 2013, cerca de 45% dos jovens de 16 a 24 anos ocupados estavam em trabalhos informais. Já entre os idosos este percentual era ainda maior, 69%: ou seja, a cada dez idosos no mercado, praticamente sete trabalha informalmente.
Segundo o IBGE, isso acontece porque as pessoas com mais de 60 anos estão em outro estágio da vida laboral, seja encerrando um ciclo profissional ou retornando ao mercado de trabalho, já aposentados. Dessa maneira, as características de proteção social do trabalho formal podem não ser o principal atrativo para os idosos.
No caso dos jovens, o IBGE avalia que a conjuntura econômica do período tem influenciada sua inserção profissional na busca por experiência e qualificação, aceitando inclusive formas de trabalho sem garantias sociais.
O emprego informal também atinge mais os pretos e pardos do que os brancos. Quase metade das pessoas de 16 anos ou mais de cor preta ou parda ocupadas estavam em trabalhos informais (48,7%). Na população ocupada branca, este percentual era de 34,7%.
Fonte: R7