Desejar adquirir um produto ou serviço, mas acabar desistindo do intento por se deparar com um preço acima do esperado. A frustração é vivenciada por 59% dos consumidores brasileiros, em grande parte das vezes (41%) quando se trata de compras que não são consideradas essenciais, mas que são fundamentais para a rotina, como as aquisições de roupas.
Os dados foram constatados por uma pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz. O estudo foi realizado com 620 pessoas maiores de 18 anos, de todas as 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal.
Fatores como ser informado de taxas extras ou outros custos não esperados (44%) e a ausência da opção pela forma de pagamento desejado (40%) também foram algumas das respostas mais dadas pelos entrevistados ao serem questionados sobre os principais motivos que os levam a desistir das compras.
Comprar por prazer
A pesquisa também constatou que, para metade dos brasileiros pesquisados, a sensação de prazer é determinante na compra de produtos ou serviços.
“Relaxar”
Dentre as razões para consumir, grande parte das respostas dadas incluíram sair da rotina e relaxar (47%), ter prazer ao comprar (43%), melhorar de humor (37%) e aumentar a autoestima (35%). Esses dois últimos fatores foram mais ressaltadas mais pelas mulheres (43%) do que pelos homens (29%).
Entretanto, o argumento mais citado pelos entrevistados como determinante para o consumo foi a necessidade ter o produto ou serviço (71%), principalmente entre as compras consideradas importantes, embora não sejam essenciais, como os itens de vestuário.
Arrependimento
Ao perguntar sobre os principais motivos que levam as pessoas a se arrependerem pelos gastos feitos, os motivos mais identificados estão relacionados à alteração no planejamento financeiro, correspondendo a 88% das respostas quando o caso é de aquisição de acessórios para automóveis e motos.
Sem proveito
Os gastos sem proveito (que representam 100%, no caso de acessórios de moda) e dívidas adquiridas (61%, no caso dos eletroeletrônicos e 88% no caso dos eletrodomésticos) também estiveram entre os fatores mais citados pelo consumidores que causaram arrependimento.
As mulheres são as que mais têm desejo de reverter compras, quando elas resultam no uso parcial da aquisição.
Sensações positivas
A pesquisa constatou, entretanto, que predominam as sensações positivas de realização e felicidade (80%) após o consumo de produtos ou serviços. Os sentimentos de arrependimento (12%) e culpa (8%) têm baixa incidência.
Opinião do especialista
Planejar o orçamento é necessário
Essa questão reforça a necessidade do planejamento no orçamento familiar, uma vez que o percentual (59%) dentre os que acabam desistindo das compras por se depararem com valores acima do esperado é muito alto. Em se tratando de produtos essenciais, o que o consumidor pode fazer é substituição de marcas mais caras por mais baratas ou trocar por uma versão mais simples daquele tipo de produto. Assim, é fundamental que ele aumente o esforço para controlar o orçamento e que se faça pesquisais prévias sobre os preços que podem ser encontrados no mercado.
Fonte: Diário do Nordeste