Para a Entidade, governo deve avançar em medidas que vão além do aumento da taxa de juros como estratégia de combate à inflação
A alta de 1,24% na medida de inflação oficial brasileira em janeiro, divulgada nesta sexta-feira (6), já sinaliza um cenário de preços bastante pressionados para 2015. A avaliação é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (FecomercioSP), que estima alta superior a 7% na inflação do ano, ultrapassando, assim, o teto da meta, de 6,5%.
Para a Entidade, a oscilação do primeiro mês do ano não surpreendeu. Isso porque já eram esperados preços mais altos em alimentos, transportes e habitação, que, juntos, representam mais da metade (58%) dos gastos das famílias.
A Federação chama atenção para o fato de que, por se tratarem de itens essenciais, a alta dos preços não deve diminuir a demanda, reduzindo, assim, o poder de compra do consumidor.A estimativa da FecomercioSP é que o primeiro semestre de 2015 seja marcado por preços mais elevados nos segmentos de maior relevância na cesta de bens das famílias. Em fevereiro, os grupos Educação e Transporte devem pressionar a inflação geral, ao passo que em abril o impacto virá de Saúde, por causa do reajuste anual dos medicamentos.
A Entidade acredita que, considerando o recente movimento inflacionário no País, medidas sistêmicas devem ser adotadas pelo governo para minimizar a alta dos preços. Para a FecomercioSP, existem mais pressões de custo no atual momento, sendo necessário ir além do aumento dos juros como ferramenta de controle da inflação, avançando no corte de gastos públicos, por exemplo. Além disso, o grande desafio da atual administração deve ser evitar a propagação dos reajustes de energia elétrica e combustíveis ao mesmo tempo em que se tenta evitar uma crise energética de abastecimento, o que pode ter impactos profundos sobre os custos de produção.
Fonte: Fecomercio