15 milhões de consumidores ficaram inadimplentes após emprestarem o nome a terceiros

13 de abril de 2015

inadimplentesDe acordo com o SPC Brasil, 61% dos entrevistados não sabiam o valor que seria utilizado na compra. Em média, quem emprestou o nome pagou R$ 2.168,00 Um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz traçou o perfil de consumidores que ficaram inadimplentes por terem emprestado seu nome para outras pessoas comprarem produtos e serviços ou tomar empréstimos. Segundo a pesquisa, 15 milhões de consumidores ficaram ou ainda estão com o nome sujo por essa razão, principalmente por emprestar o cartão de crédito (74%) e o cartão de loja (64%). O processo de quitação da dívida feita por terceiros é longo: 53% dos atuais inadimplentes estão nessa situação há mais de três anos. De acordo com os dados, menos da metade dos entrevistados (39%) sabia o valor da compra ou empréstimo feito por outros em seu nome, e o seu valor médio chega a quase quatro mil reais, sendo que quase 5 parcelas deixaram de ser pagas.

No momento que descobriram estar com o nome sujo, quatro em cada dez consumidores (38%) disseram não ter tomado nenhuma atitude – número que aumenta para 56% entre quem ainda está inadimplente. “O consumidor que ficou inadimplente acha que a dívida não é dele, e muitas vezes adia ou renega o pagamento”, diz Roque Pellizzaro, presidente do SPC Brasil. “Mas, ainda que ele não tenha de fato contraído a dívida, tem responsabilidade em ter emprestado o nome e a única maneira de sair dessa situação pode ser ele mesmo pagando o valor”, explica. 52% dos consumidores garante pagar as dívidas feitas por terceiros Ainda que a dívida seja de outra pessoa, mais da metade (52%) dos entrevistados se responsabilizam pelo problema que os deixaram com nome sujo e afirmam terem pagado ou que irão pagar ao menos parte dela. A tendência é ainda maior quando se observa apenas a situação dos ex-inadimplentes: 89% garantem ter pagado a dívida.

Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, esse número é alto pelos impactos que o endividamento e nome sujo causam no dia a dia do consumidor que emprestou o nome. “A pessoa que fica inadimplente quer sair logo dessa situação. Por isso, toma algumas atitudes a fim de pagar a dívida que não foi contraída por ela”, explica. “A principal delas é ter que cortar os gastos (67%) para conseguir economizar e pagar as dívidas. Muitos consumidores também deixam de pagar suas próprias contas (37%) e utilizam parte de suas reservas financeiras (27%) a fim de limpar o nome”, diz Kawauti. A pesquisa identificou que, em média, quem emprestou o nome pagou R$ 2.168,00 em dívidas de terceiros. 9 em cada 10 entrevistados receberam cobranças Após ficarem com o nome sujo, nove em cada dez consumidores (93%) receberam alguma cobrança por causa das dívidas de terceiros que os deixaram inadimplentes.

Mesmo assim, 76% dos entrevistados não quitaram a dívida após a cobrança e foram procurados ou procuraram o credor para fazer uma negociação para o pagamento. Como consequência de ficar com o nome sujo, 72% dos entrevistados dizem não ter conseguido fazer um novo cartão de crédito, cartão de loja ou abrir crediário. 64% garantem que depois de virar inadimplente, só podem comprar a vista. Para outros 49%, o problema é não conseguir abrir conta em banco, fazer empréstimos, e usar cheque especial. “Emprestar o nome para amigos ou conhecidos é uma atitude solidária, mas pode estragar planos importantes de médio e longo prazo, como comprar uma casa, um carro, investir na educação e saúde, etc. Ao tentar ajudar uma pessoa próxima, é preciso pensar bastante antes.” analisa Kawauti. “Os resultados indicam que, frequentemente, quem emprestou o nome acaba se responsabilizando por uma dívida que não fez, com graves desdobramentos como restrição ou impedimento ao consumo e inadimplência.

O consumidor, portanto, deve refletir e entender se está mesmo preparado para assumir esse compromisso, antevendo as consequências, caso o responsável pela dívida não consiga cumprir sua parte”, conclui. Metodologia Em fevereiro de 2015 foram ouvidas 715 pessoas com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais nas 27 capitais. A margem de erro é de 3,6 pontos percentuais com margem de confiança de 95%.

Fonte: Segs – Portal Nacional dos Corretores de Seguros