Serviços básicos já representam 7,03% das dívidas dos brasileiros. Pessoas simples são forçadas que recorrem a armadilhas de crédito
Está crescendo o número de brasileiros que se endivida para pagar as contas básica de casa – como a água e a luz. São pessoas simples que foram forçadas que recorrem a verdadeiras armadilhas de crédito.
A conta de água na casa de dona Alcione Colares está atrasada desde o ano passado. Desde agosto meu marido não paga a conta de água. E eu fui ver agora, tem o valor, R$ 800 e poucos, e eu tive que parcelar para não cortar minha água, conta.
Waldir de Almeida recebeu um aviso na conta de luz: se não regularizar os pagamentos, o fornecimento de energia vai ser cortado. Eu pretendo fazer uma negociação. Eu vou pedir aqui um financiamento, um acordo com eles, afirma.
Serviços básicos como água e energia elétrica já representam 7,03% das dívidas dos brasileiros, segundo oServiço de Proteção ao Crédito, o SPC. Em março do ano passado, quase 2% dos consumidores estavam em atraso com esse tipo de conta. Já em março deste ano, o índice passou para 8,79%.
Na hora do aperto o empréstimo acaba sendo uma opção. Mas como agora os bancos estão mais rigorosos, muita gente está se rendendo às financeiras, que cobram juros bem mais altos. Algumas até emprestam dinheiro para quem está com o nome sujo. Só que aí, o que era para resolver o problema, pode piorar a situação.
Para não cortar minha água, minha luz e eu tomar meus remédios, eu preciso fazer um empréstimo de R$ 4,9 mil. Vai pagar durante cinco anos R$ 130 por mês, conta a cozinheira Creuza Gomes.
Se não tiver controle, acaba virando uma bola de neve, é muito juro. E eu já cheguei nessa, afirma a professora Ana Lúcia Fonseca.
Seu Waldir até tentou um empréstimo, mas se assustou com os juros. O valor de R$ 5 mil, eu vou pagar nove vezes de R$ 1.108,93. Em nove meses vai dobrar o valor. Não existe isso não. Procurar outras alternativas, porque desse jeito não tem jeito, lamenta o aposentado Waldir de Almeida.
Para quem já fez o empréstimo, ainda há um jeito de reduzir a dívida. O consumidor deve procurar aonde ele paga os juros menor e fazer a sua portabilidade. Levar a dívida de um banco ou de uma financeira para outro banco, trocando uma dívida com juros alto por uma dívida com juros menores, ressalta a coordenadora do Procon Maria Lúcia Scarpelli.
Fonte: G1 – Globo