56% dos consumidores quitam as dívidas após serem procurados pelos credores, diz SPC Brasil

23 de abril de 2015

Os dados da pesquisa revelam que menos de 20% das pessoas que renegociaram a dívida fizeram contraproposta aos credores

consumidorSegundo pesquisa, oito em cada 10 entrevistados procuram ou são procurados pelas empresas credoras. Dívidas de cartões de crédito são as que menos resultam em acordos Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz identificou as estratégias de cobrança mais utilizadas pelas empresas para receberem os pagamentos pendentes. O estudo revela que oito em cada dez (83%) dos entrevistados afirmam terem sido cobrados pelos credores em decorrência das dívidas que os deixaram com nome sujo. A taxa de sucesso da cobrança, ou seja, o número de entrevistados que quitaram as dívidas após o contato é 56%. Quando analisada em setores específicos, a taxa de sucesso aumenta entre as empresas de internet (70%) e escola ou faculdade (64%) e as negociações que menos resultam em acordo são as de cartão de crédito (43%). Entre os meios utilizados para a comunicação entre a empresa e consumidor, o envio de carta é o mais frequente (31%), principalmente no caso de conta de água (91%).
Outros meios são a conversa com o cobrador por telefone (16%, ou 52% no caso de escola ou faculdade), e o e-mail (16%, ou 51% na conta de TV a cabo). 18% dos entrevistados sentem constrangimento ao receber cobrança A pesquisa indica que a cobrança é um momento desconfortável para os consumidores. Perguntados sobre como se sentiram, 18% relataram constrangimento ao serem cobrados pelas empresas. Os sentimentos de humilhação, irritação e desrespeito tiveram o mesmo percentual de citações (6%). Quanto à postura do credor, 38% dos entrevistados a consideram respeitosa. Porém, 16% dos consumidores notam um comportamento frio por parte do profissional encarregado de fazer a cobrança, e 12% sentiram uma postura agressiva. “Muitas vezes essa impressão negativa se deve ao número de contatos (média de 10) e aos fortes argumentos utilizados pelos credores na hora da cobrança”, explica Vignoli. “O argumento mais utilizado, em 37% dos casos, é a possibilidade do consumidor ficar com o nome sujo e inserido em cadastros de proteção ao crédito se a dívida não for paga”.

Outras fortes estratégias usadas pelos cobradores e mencionadas na pesquisa são a possibilidade de protesto em cartório (19%) e, em último caso, a possibilidade do consumidor ser acionado judicialmente (17%). 62% dos consumidores querem diminuir valor das dívidas Segundo a pesquisa, 84% dos consumidores que não quitaram sua pendência após o contato de cobrança tentaram negociar as dívidas. Durante as negociações, os pedidos mais frequentes são por valores menores (62%) e número diferente de parcelas (10%). Ao aceitar uma proposta de negociação, os fatores de maior motivação são o valor da prestação (30%), a redução significativa do valor da dívida para o pagamento parcelado (29%) e o desconto para pagamento à vista (21%). Quando consegue quitar a dívida, a maior parte dos entrevistados (63%) relata o sentimento de alívio. “Os dados da pesquisa revelam que o consumidor tenta negociar as dívidas e encontrar um acordo.

Isso é essencial para que o planejamento mensal seja efetivo e a vida financeira entre nos eixos e saia do vermelho”, explica o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli. Dicas para uma boa negociação das dívidas Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é importante que a iniciativa de tentar negociar a dívida também parta do consumidor. “Mas antes deve existir um planejamento para saber quais dívidas são mais importantes pagar primeiro e aí então negociar com a empresa credora”, diz. “Antes de tudo o consumidor tem que conhecer a fundo os próprios gastos e sua renda para saber quanto pode disponibilizar para o pagamento do total da dívida ou das parcelas mensais”, explica. Algumas dicas da economista para uma boa negociação: · Tentar uma portabilidade da dívida, considerando taxas de juros mais baixas: “as taxas do cartão de crédito (média de 260% ao ano) e do cheque especial (média de 158% ao ano) são muito altas e é possível trocar essas dívidas por um empréstimo pessoal.

Mas é importante estar atento às parcelas do empréstimo e honrar o pagamento delas – 48% das pessoas que renegociaram as dívidas estão com as parcelas atrasadas”. · Reservar uma parte da renda para o pagamento das dívidas, e caso não haja renda, vender bens como automóveis e eletrônicos para usar o dinheiro: “O consumidor deve ir à negociação já com uma reserva financeira para pagar, independente de como será a negociação. Muitas vezes o credor aceita uma ótima negociação, mas com início imediato, e o consumidor perde a oportunidade por não ter se planejado anteriormente”. · Não ter vergonha ou medo do gerente do banco ou do responsável pela cobrança. “Segundo os dados da pesquisa, menos de 20% das pessoas que renegociaram a dívida fizeram contraproposta aos credores. O consumidor deve ser firme e conversar com o credor o quanto antes. Mesmo que o problema seja muito antigo, vale a pena negociar com o gerente ou empresa credora para conseguir descontos e menores taxas de juros.

“O banco sempre tem interesse em negociar, por isso é importante não desistir e ir atrás”.

Fonte: Segs – Portal Nacional dos Corretores de Seguros