Dólar perde força e fica abaixo de R$ 3

15 de maio de 2015

dolar-moeda-cambio-01-size-598A queda maior que esperada do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos ajudou a reforçar a leitura de que a recuperação da economia americana ainda não está consolida, o que aumenta as chances de o banco central americano adiar a esperada alta da taxa de juros. Essa expectativa contribuiu para a queda das taxas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) e do dólar frente às principais divisas.

O mercado local acompanhou esse movimento. A moeda americana caiu 1,47%, fechando a R$ 2,9932. O alívio no câmbio, o recuo dos rendimentos dos Treasuries e dados fracos das vendas de varejo no Brasil deram suporte para o recuo das taxas dos contratos futuros de juros, especialmente das de longo prazo.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 recuou de 12,75% para 12,61%. Já o DI para janeiro de 2016 caiu de 13,82% a 13,78%.

Lá fora, o dia foi de queda do dólar frente às principais divisas após a divulgação do índice de preços ao produtor nos EUA, que caiu 0,4% em abril, enquanto a expectativa do mercado era de elevação de 0,1%.

“Claramente houve uma melhora do humor nos mercados, e a taxa de juros no Brasil continua alta e subiu mais do que o mercado imaginava, o que é favorável ao real”, afirma Arnaldo Curvello, diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora. Ele lembra que, por conta da elevada taxa de juros, o custo de carregar uma posição comprada em dólar (apostando na alta da moeda americana contra o real) é muito caro no Brasil, o que inibe o aumento dessas posições.

Curvello vê espaço para o real valorizar mais no curto prazo, mas destaca que o fiel da balança para esse movimento será a atuação do Banco Central no mercado de câmbio. A autoridade monetária tem aproveitado o cenário externo mais favorável para reduzir a posição em contratos de swap cambial, que soma US$ 112,78 bilhões, sinalizando a rolagem parcial do lote de US$ 9,656 bilhões em swaps que vence em junho. “Com o dólar mais fraco no mundo, o BC pode reduzir ainda mais a rolagem dos contratos que estão vencendo”, afirma.

O alívio no câmbio e a atividade fraca podem ajudar o BC a promover a convergência das expectativas de inflação em direção ao centro da meta. Ontem, o dado fraco de vendas no varejo reforçou a expectativa de enfraquecimento da atividade e contribuiu para a queda das taxas dos contratos de juros futuros.

Fonte: Valor Econômico