Brasileiros buscam novos negócios e formação para complementar renda

14 de julho de 2015

O rendimento do brasileiro caiu 5% em um ano, em seis regiões do país.  Em 2015, quase 500 mil pessoas viraram microeemprededoras individuais

O número de pessoas investindo numa segunda atividade de renda está aumentando. É o jeitinho brasileiro para fazer o mês e as contas terminarem ao mesmo tempo. Um indicador disso é o Sebrae. Só até maio, o numero de matrículas para curso à distância aumentou 20% em relação ao ano passado.

O segredo do sucesso pode estar escondido na massa de chocolate. O curso de cupcake está mais cheio há alguns meses. A culinarista Silvana Xavier dá aulas há 15 anos e nunca viu tanta procura. “Aumentou em 20% o número de alunos e a tendência é de aumentar para uns 50%”.

O que está fazendo com que muita gente busque cursos como esse é a necessidade de complementar a renda. Isso porque o salário não está chegando até o fim do mês. “A gente já trabalha com festa e veio adquirir um pouco mais de conhecimento para agregar mais valor e aumentar nossa renda”, diz Cristiane Feijó, comerciante.

Cristiane e Monique alugam brinquedos para festas de criança, mas o dinheiro não está dando. Agora, elas vão oferecer os docinhos também. “É para dar uma ajudada no fim do mês”, revela Monique Feijó.

O rendimento médio real do trabalhador brasileiro, já descontando a inflação, caiu 5% em um ano, em seis regiões metropolitanas.

A atividade de doceira está na lei do microempreendedor individual. Ou seja, dá para se formalizar, ter um CNPJ. Pra conseguir entrar na regra, tem que faturar até 60 mil reais no ano, não ser sócio de outra empresa e ter, no máximo, um funcionário.

Só em 2015, quase 500 mil pessoas viraram microemprededoras individuais e passaram a ter direito aos benefícios da previdência, como auxílios-maternidade, auxílio doença e aposentadoria.

“Quem se formaliza fatura mais, conquista mais mercado. Hoje as pessoas só aceitam comprar produtos e serviços de quem vende com nota e pra você vender com nota precisa estar formal”, explica Bruno Caetano, diretor superintendente do Sebrae/SP.

Dá para lucrar mais com a segunda atividade. Principalmente se o ganha pão for que nem o do vendedor Fred Meyhofer. Ele é vendedor, mas em tempos de economia em marcha lenta, a função de promotor de eventos é que está garantindo o pagamento das contas. “A gente trabalha com farmácias e as farmácias estão comprando menos, o mercado tem menos dinheiro. A gente tem que realmente buscar outros meios para conseguir ter mais renda”.

Fonte: G1 – Jornal Hoje