Para a CNDL, a mudança na idade criará muitos empregos para uma faixa etária que, atualmente, está distante do mercado de trabalho
O encontro entre a presidente Dilma Rousseff com o ministro da Micro e Pequena Empresa, Afif Domingos, e o presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), o cearense Honório Pinheiro, já tem pautas definidas e, dentre todas, a que ganha destaque é a proposta de redução da chamada idade produtiva do jovem brasileiro.
“Eu comecei a trabalhar, ajudando meu pai, aos 8 anos, e isso só me fez bem”, garante o presidente da CNDL, defendendo a ideia de que o jovem possa trabalhar mais cedo. Pinheiro e Domingos consideram que o brasileiro está apto a trabalhar a partir dos 15 ou 16 anos.
Segundo considera o empresário, a mudança na idade criará muitos empregos para uma faixa etária que, atualmente, está distante do mercado de trabalho nacional.
Aptidões
A proposta que ambos levarão na próxima quarta-feira (29) – para quando é prevista a reunião com a chefe do Executivo – se baseia em algumas características das novas gerações, constatadas facilmente.
Honório exemplifica afirmando que, hoje, um menino ou menina de 15 anos domina, perfeitamente, a linguagem da Tecnologia da Informação, chegando a produzir aplicativos que logo são adquiridos por empresas maiores, de diversos segmentos da cadeia produtiva brasileira.
“Ele ou ela tem, pois, idade e capacidade para trabalhar na área tecnológica, sem despender esforço físico, e muitos já fazem isso ao arrepio da Lei”, afirma. Pela atual legislação, o jovem brasileiro só pode ser contratado para o trabalho profissional aos 18 anos.
Jornada flex
Outra proposta defendida pela CNDL diz respeito à chamada jornada flex, que sugere mudanças na carga horária dos trabalhadores do comércio, fazendo com que eles deem expediente nos horários de maior movimentação nas lojas.
“A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi criada na década de 1940 e tem um grande foco nas relações entre industriais e operários. Do jeito que está, a CLT é muito ampla e não contempla as especificidades do universo do comércio varejista, sobretudo no atual momento de crise”, reforça Honório Pinheiro, endossando proposta levada ao governo por entidades de varejo e serviços.
Atualização do Simples
A lista de demandas do presidente da CNDL também inclui a atualização das tabelas do Simples Nacional, que depende da aprovação do Projeto de Lei Complementar 25/2007. O documento amplia o teto de faturamento das microempresas para R$ 900 mil e o das empresas de pequeno porte para R$ 14 milhões.
Já para os Microempreendedores Individuais, o teto sobe 100%, de R$ 60 mil para R$ 120 mil por ano. “O projeto 25/2007 vai contribuir para aliviar a grande carga tributária atualmente paga por empresários e repassada ao consumidor”, conclui.
Fonte: Diário do Nordeste