61% pretendem gastar menos com supérfluos, aponta pesquisa do SPC. Por outro lado, 72% desejam comprar vestuário e calçados no 2º semestre
O brasileiro está cortando a alimentação fora de casa, os gastos com lazer e reduzindo o consumo de itens considerados supérfluos nas compras nos supermercados. Mas, ainda que a atual condição financeira esteja impactando diretamente o consumo, a maior parte da população demonstra manter a intenção de compra de roupa e sapato novos. É o que aponta pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL(Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) sobre o impacto da crise econômica no bolso dos brasileiros.
O levantamento mostra uma piora em relação às expectativas. Para 56% dos brasileiros, a situação da economia vai piorar nos próximos meses. Em março, o percentual de pessimistas era de 47%. Foram ouvidas 605 pessoas das 27 capitais brasileiras entre julho e julho.
Entre os que acreditam em um agravamento da crise no 2º semestre, 61,3% avaliam que a sua própria condição financeira piorou em relação ao ano passado, 47,7% pretendem deixar de consumir a fim de economizar e 44,7% garantem que farão menos compras parceladas.
Desejos de consumo
Curiosamente, o corte de gastos não reduziu a disposição dos brasileiros de comprar uma roupa ou sapato novos no 2º semestre.
“Parte dos consumidores ainda possuem desejos de compra: 71,9% mencionam a intenção de adquirir vestuário e calçados e 38,1% mencionam a intenção de adquirir móveis, eletrodomésticos ou eletroeletrônicos, 40,8% afirmam pensar em comprar parcelado no cartão de crédito”, destaca o relatório da pesquisa.
Já a compra de um móvel, eletrodoméstico ou eletroeletrônico está nos planos de 38%. E apenas 24,7% pretendem fazer uma viagem nacional.
Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, parte desta intenção de compra pode estar relacionado com as compras de Natal e pagamento do décimo terceiro salário.
Isso faz com que, mesmo com a economia em crise, ele considere ter um dinheiro extra e usar para comprar produtos supérfluos e presentes, explica.
Fonte: G1 – Globo