Carteira de crédito da CAIXA deve crescer 14% em 2015

28 de agosto de 2015

Expansão seguirá acima do ritmo do mercado e se concentrará nos segmentos de habitação, infraestrutura e crédito consignado

BRASIL, FINANÇAS

A Caixa Econômica Federal voltou a ganhar participação no mercado de crédito brasileiro no primeiro semestre de 2015, consolidando a sua posição de vice-liderança. Segundo o balanço divulgado pelo banco nesta quinta-feira (27), a fatia chegou a 20,7%, impulsionada pelos segmentos de habitação, empréstimos com desconto em folha (consignado) e infraestrutura, os carros-chefes do banco.

A carteira de crédito ampliada da CAIXA somou R$ 648,1 bilhões em junho, o que representa uma expansão de 17,4% nos últimos 12 meses. O vice-presidente de Finanças e Controladoria do banco, Márcio Percival, afirmou que a instituição projeta uma leve desaceleração para o segundo semestre em razão do cenário econômico. A expectativa é fechar 2015 com crescimento de 14,3% no saldo da carteira, no centro da meta que varia de 12% a 16%. Ainda assim, bem acima da média de mercado de 8,6% esperada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Percival, no entanto, descartou comparações com a estratégia anticíclica adotada na crise global em 2009, quando a CAIXA aproveitou o recuo dos concorrentes e triplicou a sua fatia de mercado. “Não há comparações”, observou o executivo. “Tudo o que a gente tem feito, pelo ponto de vista de crédito, eficiência e atendimento, é consolidar nossa posição de 20% no mercado. É isso que nos interessa.” 

O diferencial, explicou Percival, é a composição da carteira da CAIXA, em que habitação e infraestrutura representam 66% do crédito total. “São estes segmentos que irão sustentar o crescimento neste ritmo. A expansão da nossa carteira comercial está muito alinhada com o mercado, girando entre 4% e 5%”, disse.  ​

Mais R$ 74 bilhões até dezembro

Destaques do balanço do primeiro semestre, as carteiras de habitação (​​20,8%), infraestrutura (36,8%) e consignado (9,7%) mantiveram crescimento expressivo. Segundo Percival, a expectativa é contratar mais R$ 74 bilhões em empréstimos nestes três segmentos até o fim do ano. Além disso, o banco deve liberar outros R$ 41 bilhões para micro e pequenas empresas e R$ 21 billhões para operações com médias e grandes.

As receitas financeiras de crédito, que respondem por metade dos ganhos da CAIXA, foram impactadas pela expansão dos empréstimos e cresceram 34% no primeiro semestre. Outro destaque positivo, observou Percival, foi o salto nas receitas com tarifas nas áreas de cartões e seguros, que avançaram 23% e 61,5% respectivamente, no período. Esses resultados explicam a alta de 2,8% no lucro líquido, que somou R$ 3,5 bilhões nos seis primeiros meses do ano.

Crédito de baixo risco

Como a expansão de crédito se concentrou em ativos de menor risco, o índice de inadimplência manteve-se estável em 2,85%, dentro do planejamento do banco e abaixo da média de 3% do mercado. “Nos últimos quatro anos, a inadimplência no primeiro e segundo trimestres foram semelhantes”, disse a vice-presidente de Riscos da CAIXA, Alexsandra Braga.

Além disso, 90,8% do crédito foi avaliado como de baixo risco por agências de classificação. “Esse índice nos dá certa tranquilidade em afirmar que a qualidade dos ativos é um fator importante para a sustentabilidade do banco e resultado”, concluiu Percival.  ​

Fonte: Caixa