Vendas no varejo sobem em outubro, após oito meses seguidos de queda

16 de dezembro de 2015

vendasAs vendas do varejo brasileiro subiram, interrompendo oito meses de quedas seguidas. Em outubro, na comparação com setembro, a alta foi de 0,6%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (16).

Segundo Isabella Nunes, gerente de Comércio e Serviços no IBGE, o resultado positivo do mês de outubro “não repõe a perda” de oito meses seguidos de queda.

Na comparação com outubro do ano passado, o comércio registrou a maior queda da série, que teve início em 2001, para o mês de outubro. De lá até 2015, o setor só havia caído em 2003, quando a baixa foi de 2,9%. No ano, o setor acumula recuo de 3,6% e, em 12 meses, de 2,7%, a maior retração desde janeiro de 2004.

De setembro para outubro, o que contribuiu foram as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que cresceram 2%. Também contribuíram os setores de tecidos, vestuário e calçados (1,9%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,5%).

A justificativa do resultado positivo de super e hipermercado, que impactou o varejo no mês é a “essencialidade”. “No momento em que a renda começou a cair, o mercado foi acompanhando. Começa [em outubro] o final de ano, as encomendas de final de ano. Final de ano é um segmento que tem um movimento. E parece que ele [o setor de alimentos] está se recuperando mais cedo do que outros, o que é natural, porque ele é essencial”, explicou Isabella Nunes.

Segundo a gerente, as pessoas também podem estar migrando seus gastos em outros artigos de uso pessoal e doméstico, que caíram 0,6% – lojas de departamentos, cama, mesa e banho, entre outros – para o consumo no setor de alimentos.

Já na comparação com outubro do ano passado, o varejo recuou 5,6%, puxado pelas vendas de móveis e eletrodomésticos, que recuaram 16,1%, seguidas por combustíveis e lubrificantes (-11,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9%).

“Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito, esses resultados [de móveis e eletrodomésticos] abaixo da média foram influenciados pela elevação da variação da taxa de juros entre outubro de 2015 e outubro de 2014”, diz o IBGE, em nota.

Fonte: CNDL