João Claudio Nunes, da Abase, ressalta que a localização e o conforto estão entre as principais vantagens dos mercados menores
Grandes supermercados ou lojas de bairro? Você já deve ter se perguntado qual é a melhor opção para fazer as compras. Apesar de depender do que cada consumidor procura, os produtos comprados em mercadinhos são até 7% mais baratos do que em supermercados grandes. O levantamento é da Associação do Movimento das Donas de Casa e Consumidores (MDCCB-BA).
O varejo em Salvador e Lauro de Freitas, segundo a Associação Baiana de Supermercados (Abase), é formado basicamente por pequenos negócios. Das 2.862 unidades em operação, 91,86% são lojas com até dois balcões de pagamento. A tendência é que os preços nos minimercados fiquem ainda mais competitivos em 2016.
“Hoje, estes pequenos empresários já estão organizando centrais de compra e se juntam para adquirir não só produtos com um fornecedor, como também itens para propaganda, e economizar”, explica o presidente da Abase, João Claudio Nunes.
Segundo ele, os mercados de bairro apresentam preços mais baixos hoje porque ganharam escala na compra dos produtos. Apesar do setor de supermercados estimar queda de 2% nas vendas em relação ao ano anterior, na Bahia, os mercadinhos estão em alta. “Existe um movimento de fortalecimento destas lojas. Isso tem a ver com o avanço dos negócios e o aumento da procura por comodidade”.
Mais em conta
Para a presidente regional da MDCCB-BA, Selma Magnavita, os mercados de bairro geralmente vendem os produtos básicos mais baratos do que os supermercados . “O preço chega a ser de 5% até 7% mais barato. Varia de acordo com o item. Legumes e verduras são mais em conta. Já o preço de outros itens, como carne e industrializados, não é tão diferente”. Ela ressalta que pesquisar preços é fundamental. “Dentro do próprio estabelecimento há diferença entre as marcas ofertadas”, diz.
Localização e conforto
João Claudio Nunes, da Abase, ressalta que a localização e o conforto estão entre as principais vantagens dos mercados menores. “Os preços dos hipermercados e das lojas de bairro são parecidos. Por isto, depende muito do que o cliente quer. Quando o consumidor vai para um supermercado maior, a tendência é que ele perca mais tempo. Entretanto, as grandes redes oferecem um mix maior de produtos. Já a compra na loja menor é mais rápida e o atendimento mais próximo do cliente”, compara.
Ele revela que, no próximo ano, o foco da instituição será investir na profissionalização do serviço dos pequenos negócios. “Estamos trabalhando na qualificação destes empreendimentos. A única forma de fidelizar cliente é prestando um serviço de qualidade”.
Além da proximidade, o coordenador de comércio e serviços do Sebrae Bahia Ítalo Guanais acredita que o atendimento e conveniência destes mercados menores atraem cada vez mais clientes. “Estudos indicam que o consumidor não busca só o melhor preço. Ele tem uma relação forte com o atendimento. As pessoas não têm mais o hábito de estocar o alimento como antes”, fala.
Guanais ressalta que o seguimento de varejo e alimento nos mercadinhos de bairro impacta fortemente na sociedade, pois gera muito emprego e renda. “Esse segmento tem crescido bastante porque a questão tempo e conforto é fundamental na vida das pessoas. Acompanhando isso, há uma estratégia dos grandes supermercados de abrir filias menores, em bairros, porque já perceberam que, se não fizerem isto, vão perder clientes para os mercadinhos de bairro”, revela Guanais.
Especialistas dão dicas para economizar no mercado
A principal forma de poupar dinheiro nas compras de supermercado é evitando desperdícios. Pelo menos é o que acredita a educadora financeira da DSOP Cintia Senna. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Akatu, organização que atua na mobilização para o consumo consciente, aponta que é possível economizar pelo menos 30% por mês nas despesas com o mercado.
A primeira dica da educadora financeira é que o consumidor não vá fazer compras com fome. Outra recomendação é levar uma lista de compras, com quantidade exata do produto e, se possível, uma estimativa de quanto custa. “Faça um diagnóstico de seu consumo e estipule metas de gastos. Quando for às compras, carregue a calculadora. Ela te ajudará a evitar surpresas”, afirma Cintia. A economia nas compras pode estar ainda em produtos de outras marcas.
Segundo a presidente da Associação do Movimento das Donas de Casa e Consumidores (MDCCB-BA) Selma Magnavita, uma boa forma de economizar nas compras é juntar um grupo de pessoas e comprar em atacado. “A partir de seis pessoas, comprar no atacado pode valer mais a pena do que em supermercados. Se reúnam, façam a lista conjunta, comprem”, sugere.
Esta estratégia pode garantir uma economia de 30% a 40% no orçamento doméstico voltado para compras. “Se as pessoas fizessem esse exercício de economizar, iria sobrar mais dinheiro para fazer outras compras ou até para poupar”, afirma.
Fonte: Correio* 24horas