A queda nas taxas de juros no Brasil está contribuindo para uma redução modesta na margem líquida dos maiores bancos do País, uma vez que o spread continua a ter um papel importante, avalia a agência de classificação de risco Fitch. Para a agência, a evolução do custo de crédito será o fator determinante mais importante no desempenho operacional no sistema bancário brasileiro este ano.
“Como observamos em nossa previsão para 2012, a margem líquida de juros provavelmente vai cair de novo este ano após a taxa básica de juros Selic – agora em 9% – ser reduzida pelo Banco Central do Brasil”, disse a Fitch. A agência afirmou que a margem de juros média para o sistema bancário do País caiu de 7,9% em 2007 para 6,2% em 2011, apesar do substancial crescimento de empréstimos visto durante esse período.
Em grande medida, a redução das margens de juros refletem o impacto da ampla exploração de títulos da dívida pública no balanço dos bancos. A observação dos bancos quanto à exigência de reserva de capital relativamente alta vai continuar a conduzir uma relação próxima entre a taxa Selic e o desempenho médio da margem de juros.
“Nós acreditamos que novas regras do governo destinadas a reduzir o spread entre as taxas de poupança e empréstimo vão ter um impacto relativamente pequeno nas margens de juros da indústria”, disse a Fitch.
A agência afirmou que, baseado nos comentários dos principais bancos, “parece que as novas regras serão focadas em uma parte relativamente pequena do total das carteiras de crédito, limitando, com isso, o impacto sobre as margens de juros”. Apesar da regulação mais severa, a agência também disse esperar que as margens de juro da indústria permaneçam acima da média dos mercados emergentes e praticamente em linha com outros sistemas bancários latino-americanos. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Tribuna da Bahia
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