Em janeiro deste ano, conforme os dados da Câmara dos Dirigentes Lojistas da Bahia, o número de dívidas em atraso de moradores no Estado cresceu 9,21% em relação a janeiro de 2015. O dado ficou acima da média do Nordeste, que foi de 8,43%. Já o número de inadimplentes da Bahia cresceu 6,73% em janeiro de 2016, em relação a janeiro de 2015. Em janeiro de 2016, cada consumidor inadimplente na Bahia tinha em média 2,041 dívidas em atraso . O número está acima da média do Nordeste registrada no mês (1,987 dívidas).
Em pesquisa feita na semana passada, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) constatou que as contas básicas da população, água, luz, telefone e mais recentemente TV por assinatura, registraram em quatro regiões brasileiras estudada. No Sul e Sudeste, onde a inadimplência foi mais elevada, observou-se que houve alta de 17,01% , e de 13,30% na Região Centro-Oeste, em janeiro deste ano na comparação com janeiro de 2015.
Já nas regiões Norte e Nordeste, as altas maiores ficaram por conta dos atrasos nas contas de telefones, TV por assinatura e internet, que cresceram 12,39%)na Região Nordeste, e 9,89% na Região Norte. Os percentuais superaram mesmo as taxas de inadimplência no comércio, que apresentaram a alta mais expressiva no Centro-Oeste, com crescimento de 7,77%, e as dívidas bancárias, que levam em consideração atrasos no cartão de crédito, financiamentos, empréstimos e seguros, que registraram crescimento principalmente no Nordeste (9,50%).
Impacto profundo Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelaConfederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) investigou quais são as conseqüências da crise financeira na vida dos consumidores e mostra que os impactos são inegáveis no bolso: 80,4% dos consumidores pesquisados afirmaram que sentiram o baque dos aumentos na conta de luz , e 69,1% nas compras mensais de supermercado. Estas também são as despesas que tiveram os maiores aumentos, com 33,4% e 27,4% , respectivamente de reajustes médios últimos seis meses,
O diretor de Tecnologia e Operação da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL), Felipe Sicay, disse que em qualquer setor da inadimplência, o impacto final acaba recaindo sobre a atividade do comércio, porque o consumidor inadimplente sofre restrições de crédito e fica impossibilitando de financiar compras a prazo, ou mesmo com o uso dos cartões de crédito. “Qualquer negativação do nome do consumidor impacta no comércio como um todo”, diz.
Ainda segundo Sicay, o quadro atual revela um momento de crise que se agudiza, na medida em que as contas do dia a dia, como água, luz e telefone, podem ser consideradas o fim da linha. “Ninguém fica devedor porque quer. E quando se deixa de pagar as contas básicas, é porque se chegou ao limite da inadimplência”, diz.
Com mais de 600 mil inadimplentes em todo o estado, a CDL estima que isso represente pouco mais de 10% da População Economicamente Ativa (PEA). “É um número que assusta e é um termômetro da atual situação”, diz. Para ele, a melhor forma é a negociação, e somente em último caso, a suspensão do serviço. “Quando o consumidor deixa de pagar ao seu pior credor, que são as empresas que prestam e podem suspender o serviço,como água,luz e telefone, é porque ele chegou ao limite.”, finaliza.
Fonte: Tribuna da Bahia On-line