CEO do Carrefour Brasil, Charles Desmartis, diz que Brasil não precisa ser “reconstruído”
Voltar a crescer é a pauta do Brasil de agora. Apesar de todos os problemas que o País tem passado, contudo, há quem acredite que não é necessária uma reconstrução. Charles Desmartis, CEO do Carrefour Brasil, é um deles. “Não acho que o Brasil está tão quebrado para ser reconstruído”, disse o executivo em evento de varejo que ocorreu na última semana. “O desafio que temos agora é ganhar competitividade”, avaliou.
“No Brasil, a concorrência forte trouxe muitas mudanças para o varejo e continuará trazendo desafios. O varejo tem de acelerar os investimentos”, acredita o executivo. Para lidar com esse cenário de incertezas, a rede trabalha produtividade nas lojas, na área comercial, logística e na matriz. “Temos um cenário desafiador, com consumo em queda nos últimos dois anos. As categorias não alimentar são particularmente afetadas, mas o Carrefour, através da reformulação dos hipermercados, têm conseguido manter o crescimento”, afirma o executivo.
Para ele, crescer agora é possível, mas é preciso atentar para quatro principais pontos: investimentos, capacitação dos funcionários, educação dos fornecedores e crédito. “Através disso, o varejo brasileiro tem um papel para a recuperação do crescimento brasileiro”, afirma.
1. Investimentos
Aqui, o executivo avalia que o varejo não pode travar os investimentos por conta da crise. “O varejo não pode parar de investir em todas as tecnologias que vão fazer do varejista tradicional mais moderno”, afirma o executivo. Esses investimentos, diz, passam pela avaliação do portfólio de formatos que o varejo tem. Ele aposta na diversificação do formato de lojas. “Hoje, qualquer varejista tem de aceitar que ele tem de adotar todos os formatos para sobreviver. E ainda temos o desafio do e-commerce”, afirma.
2. Capacitação dos funcionários
O executivo conta que em 2015 a marca dedicou mais de 800 mil horas de educação para o funcionário. “E isso ainda não é suficiente”, acredita. “O varejo precisa fazer isso não porque apenas contribui para a educação do País, mas porque é uma condição para sobreviver. As expectativas dos clientes em termos de compra, atendimento e experiência estão aumentando e a educação é fundamental para que elas sejam atendidas”, afirma o executivo.
3. Educação com fornecedores
Não é só funcionário que precisa ser qualificado. Para Desmartis, a qualificação dos fornecedores é peça-chave para o crescimento e profissionalização do varejo. Segundo ele, a rede desenvolveu mais de mil fornecedores regionais no ano passado. “Com a alta do dólar isso é importante, porque a partir daí você passa a contar com fornecedores nacionais de qualidade”, explica. “Essa capacitação ajuda a desenvolver produtos e serviços mais sofisticados e isso ajuda a indústria a se qualificar”, avalia.
4. Acesso ao crédito
Foi-se o tempo em que era possível conseguir crédito em bancos. O varejo, cada vez mais, tem se tornado a porta de entrada no universo do crédito de muitos brasileiros. E abraçar esse papel é estratégia para crescer, acredita Desmartis. “Esse é outro ponto: oferecer uma solução de crédito, uma oferta global e individualizada consumidor por consumidor. Adaptar caso por caso para ajudar a resolver os problemas de crédito do consumidor”, diz o executivo. Para ela, essas soluções tornam o varejo mais competitivo.
Fonte: Portal No Varejo