Muita gente sonha em morar sozinho, mas nem todo mundo está financeiramente preparado para dar esse passo. Veja aqui o que considerar antes de declarar sua independência
Sim, morar sozinho é uma decisão pessoal. No entanto, deve ser algo muito bem pensado também em termos financeiros. Isso porque, junto com a sonhada independência e o total domínio sobre o controle-remoto da TV, vêm novas despesas. Aluguel, luz, água, supermercado, pequenas reformas e uma série de outros pequenos gastos que quem mora com os pais muitas vezes não sente no bolso. Será que você está preparado financeira e emocionalmente para elas?
Cuidado para não se deixar acomodar em uma situação na qual possui independência, porém não autossuficiência. Continuar morando com os pais porque é mais cômodo, mas sem planejar a sua saída, a curto e médio prazo, pode estar comprometendo seu crescimento pessoal – assim como o do seus pais. Afinal, é importante para eles também poderem viver uma fase de novas descobertas, interesses e aventuras que não inclui os filhos a tiracolo.
Outras pessoas, por outro lado, se sentem menos desconfortáveis dividindo a casa, especialmente se os coabitantes forem os próprios pais. “Minha vida toda morei com meus pais, estou acostumado. Quero morar sozinho um dia? Sim, quero. Mas, por enquanto, o dinheiro que consigo economizar vivendo com eles compensa muito mais do que ter meu próprio canto”, defende o engenheiro Henrique Dias, que complementa: “enquanto isso vou juntando grana para poder dar uma boa entrada em meu próprio apartamento, que pretendo dividir com minha noiva”.
Antes de tomar qualquer decisão, faça um levantamento dos seus possíveis gastos. Considere os que já possui e as despesas que virão. Se facilitar, peça a ajuda de amigos que já vivem sozinhos. Pesquise preços de alugueis na região que pretende morar para ter uma noção de valores. Com os números em mãos, pergunte-se a si mesmo: meu salário é suficiente para cobrir esse montante? Tenho estabilidade no meu emprego para dar esse passo? Lembre-se que os gastos iniciais relativos à mudança são maiores que os mensais uma vez que estiver estabelecido. “Possíveis taxas de contrato, custo com despachante, seguro aluguel, equipe de mudança, compra de móveis para mobilhar a casa, pintura, possíveis reformas, etc. também devem ser levantados durante o planejamento”, alerta Vignoli.
Somente para dar conta das despesas iniciais citadas no tópico acima já é fundamental ter uma reserva, evitando começar sua independência já com dívidas. Além disso, considere também os chamados gastos sazonais, por exemplo, começo do ano (IPTU, IPVA, matrícula de faculdade, seguro do carro), férias e final do ano (Natal, Réveillon). “Mantendo sua reserva, não sentirá tanto no bolso esses gastos extras. Além de ter dinheiro para lidar com imprevistos, seja na casa, como por exemplo a máquina de lavar quebrar ou o surgimento de uma infiltração no banheiro, seja na sua vida pessoal”, diz o educador financeiro, que sugere usar o 13º salário para alimentar essa reserva, sempre que possível, além de depósitos mensais.
Morando sozinho, é interessante escolher um local que permita a economia do gasto com locomoção, sendo próximo do trabalho, ou em uma região com fácil acesso ao transporte público. Comece escolhendo a região e inicie uma vasta pesquisa, que inclui passeios pelo bairro, contato com amigos e sites especializados, como o Agente Imóvel, o Imóvel Web e o Zap Imóveis.
– Apague as luzes dos cômodos nos quais você não está.
– Opte sempre por aparelhos com o selo Procel A, que garantem maior economia.
– Escolha lâmpadas fluorescentes.
– Faça você mesmo a limpeza do lugar.
– Economize no mercado, comprando apenas o que necessita.
– Evite desperdiçar água.
– Não tenha pressa para decorar a casa. Invista no básico e, aos poucos, vá preenchendo o local com itens que percebe no dia a dia que realmente necessita. Com tempo para pesquisar você pode inclusive aproveitar promoções e descontos.
– Peça ajuda dos amigos. Isso envolve desde pequenos consertos até montar um armário recém comprado. “Logo que nos mudamos, organizamos um mutirão entre amigos para pintar o apartamento. Economizamos e ainda nos divertimos. Em troca, oferecemos um belo almoço para todos”, conta a jornalista Paula Santini.
– Fique de olho em comunidades de trocas. Quem sabe alguém está doando ou buscando trocar justamente uma mesinha de canto que você está querendo faz tempo? No site Consumo Colaborativo você encontra uma série de sites em todo o Brasil que organizam trocas, doações e aluguéis de itens usados.
– Curta a sua casa! Sozinho ou com amigos, organizar programas em seu próprio lar sai mais em conta do que sair.
Fonte: Meu Bolso Feliz