Destine dinheiro ao planejamento e à educação financeira, diz especialista

29 de abril de 2016

Se não me educo financeiramente, minhas finanças sempre serão como aquelas ruas que sempre precisam de assistência e de alguns consertos que, na verdade, não resolvem meus problemas (…) – Aigo Pyles

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Ter as contas atrasadas virou rotina para pelo menos 58 milhões de brasileiros. Isso significa que, atualmente, mais de um terço da população brasileira está com dívidas, de acordo com levantamento feito em conjunto pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. Somente em março deste ano, 700 mil pessoas entraram para a lista de inadimplentes, elevando o saldo de negativados para 7,5% a mais do que foi registrado em março de 2015. O cenário é, muitas vezes, resultado da “cultura tapa-buraco”. O termo é explicado por Aigo Pyles, administrador de empresas e sócio da Gênesis Associados – grupo que oferece consultoria financeira para diferentes perfis de clientes.

Com exemplo simples, Pyles comenta que a opção pelo “barato” pode sair caro. Traduzindo: é melhor destinar tempo, energias e dinheiro à solução que resolva o problema das finanças e não apenas amenize. O especialista compara a situação às vias cheias de buracos, bem comuns no Brasil. “Outro dia, vindo de Belo Horizonte, notei que, na rodovia que liga o aeroporto à capital mineira, o asfalto era um tanto diferente. Fiquei curioso e fui procurar saber mais um pouco sobre o assunto. Quando a rodovia foi construída, os governantes da época buscaram fazer um trabalho que durasse mais, não usaram apenas asfalto, mas foi utilizado cimento também, e com isso o problema estava resolvido por décadas. Sem isso, a cada chuva, corre-se o risco de um novo buraco aparecer”, relata.

É exatamente isso que acontece quando não há planejamento: as pessoas acabam por “tapar buracos” em seus orçamentos. “Se não me educo financeiramente, minhas finanças sempre serão como aquelas ruas que sempre precisam de assistência e de alguns consertos que, na verdade, não resolvem meus problemas, mas, com o tempo, fazem com que meu “carro” seja levado por um desses buracos”, explica. O empresário alerta para a constante falta de capital, que escraviza os que “gastam mais do que ganham”, como os 58 milhões de brasileiros citados acima. “Se não fizermos o trabalho de planejar nossas vidas, seremos como aqueles que apenas tapam os buracos, mas nunca conseguem construir uma rodovia”.

Pyles ressalta que ao escolher pela educação financeira as pessoas ficam livres de expor o que a falta de planejamento um dia escondeu, e mais do que isso: “O destino dessa estrada quem escolhe é você com suas atitudes hoje. A decisão é sua. E, nesse caso, não podemos culpar a falta de sorte ou o governo por nossas escolhas”, aconselha. Encarar a realidade e colocar em prática atitudes que podem salvar o orçamento são temas do livro Pra onde vai o seu dinheiro?, escrito pelo especialista. Por meio de dicas e exemplos, o executivo mostra como lidar com o dinheiro (ou a falta) sem que ele seja o grande “vilão”. Ainda é possível ter acesso à consultoria especializada no site Gênesis Associados . Website: http://genesisassociados.com/

Fonte: Exame.com