Especialista de Campinas diz que pilar ‘pessoal’ da vida deveria ser o foco. Hoje, elas passam no trabalho o dobro de horas que ficam com os filhos
Uma pesquisa realizada na região de Campinas (SP) revela que 95% das mulheres estão contentes com o próprio trabalho, com nível de satisfação de médio para alto. No entanto, 42% delas deixariam o mercado de trabalho para se dedicar aos filhos. Segundo o levantamento, em média, as mulheres passam no trabalho o dobro de horas que ficam com os filhos.
Das 200 mulheres entrevistadas pela Unità Educacional, 83% delas são casadas e 43% trabalham com carteira assinada. Os outros 57% são mulheres que possuem o próprio negócio. A manicure Célia Rodrigues, que passa 11 horas do seu dia no trabalho, considera falho o tempo dedicado ao filho: “Se eu tivesse uma condição boa, eu deixaria sim [o trabalho] para cuidar dele”, afirma.
é dedicada à profissão (Foto: Reprodução / EPTV)
Laene Martins, cabeleireira, também admite que, apesar de ter o próprio negócio, sente que deixou algo passar.
“Eu perdi algo muito especial na vida delas, que foi não acompanhar o crescimento e me dedicar como eu gostaria quando eram crianças”, desabafa.
Filhos ou carreira
O autor da pesquisa e especialista em gestão de carreiras, Marcelo Veras, afirma que a vida é formada por três pilares, o pessoal, o financeiro e o profissional e, dentre estes, o pessoal deveria ser o foco.
“Elas estão passando, simplesmente, o dobro do tempo trabalhando proporcionalmente ao tempo que passam com os filhos. Essa é uma conta muito alta e demonstra esse percentual de que quase a metade das mulheres hoje, se a condição financeira permitisse, largariam o trabalho para serem 100% mães”, diz.
Marcos também faz uma projeção de que, no futuro, a situação deve melhorar, mas a fim de encontrar um meio termo: “Nós vamos caminhar, num futuro próximo, para um meio termo. Uma mulher podendo ter uma jornada de meio período e conciliando melhor a vida pessoal com a profissional”.
Fonte: G1